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#poesiaarteemportugues: Florbela Espanca

Aproxima-se o Dia Internacional da Poesia e não queremos deixar de o comemorar consigo.

Ao longo das próximas semanas venha connosco num roteiro pela poesia portuguesa e por alguns dos seus maiores poetas.

Deixemo-nos encantar por este nosso património inconfundível.

Com o hashtag #poesiaarteemportugues vamos partilhar poemas escolhidos pelos nossos colaboradores. Tague também os seus poemas preferidos.

POEMA I

“Ser Poeta” de Florbela Espanca

Selecionado por Patrícia Barata

 

Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior

Do que os homens! Morder como quem beija!

É ser mendigo e dar como quem seja

Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

 

É ter de mil desejos o esplendor

E não saber sequer que se deseja!

É ter cá dentro um astro que flameja,

É ter garras e asas de condor!

 

É ter fome, é ter sede de Infinito!

Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim…

É condensar o mundo num só grito!

 

E é amar-te, assim, perdidamente…

É seres alma e sangue e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda gente!

 

in “Charneca em Flor”, 1931

Florbela Espanca (1894 – 1930).

Chamam-lhe poetisa do soneto. Os seus poemas falam de amor, de saudade, de solidão e sofrimento, espelhando a forma intensa e dramática como viveu. Escreveu o seu primeiro poema aos 8 anos e editou o seu primeiro livro aos 25. Cedo demais desistiu de viver, tinha 36 anos. Foi uma mulher invulgar para a época, que ousava falar de sensualidade e erotismo e vestir calças. Estudou, ainda, Direito na Faculdade de Lisboa. Os desgostos amorosos marcaram a sua vida e obra. Alguns dos seus livros são: Livro de Mágoas (1919), Livro de Sóror Saudade (1923) e, editados depois da sua morte, Charneca em Flor (1931), Juvenília (1931) e Reliquiae (1934).

A sua genialidade é comprovada pelo fascínio que a sua poesia – intuitiva, emocional e íntima – e a sua obra, em constante reedição, tem para o público português. Realizou-se o seu sonho:

“(…) Sonho que um verso meu tem claridade

Para encher todo o mundo! E que deleita

Mesmo aqueles que morrem de saudade!

Mesmo os de alma profunda e insatisfeita! (…)

(Vaidade, Livro de Mágoas, 1919)

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