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Perder a fé na missa

Nicola Bux, é professor de Liturgia Oriental e Teologia Sacramental, na Faculdade Teológica de Bari, Itália. Segundo ele, a celebração eucarística, nas nossas igrejas, tornou-se cansativa e rotineira. Falta-lhes beleza e principalmente explicação do “que acontece lá”.

Os fiéis vão à missa, por obrigação ou dever, mas (a maioria) não sabe o que é a celebração eucarística, para poder participar e compreender.

É natural que jovens, e não só, fujam de ir ao culto, aos domingos, porque, e cito Bux, ficam “enfastiados da missa”.

As leituras, por vezes, são extensas, as homilias herméticas, incompressíveis para a maioria dos crentes.

Recordo, que estando em Roma, no convento anexo à Basílica de Santo António, um frade, que vivia no Brasil, falou-me da proliferação das seitas, que arrebanham milhares, transformando os templos em verdadeiros hipermercados de bênçãos.

Interroguei o motivo de tão vertiginosa expansão, quando a sociedade parece ter-se tornado agnóstica.

Explicou-me que se deve ao facto dos pastores falarem-lhes em termos comuns, ilustrando as homilias com casos da vida real e quotidiana.

Quando o sacerdote quer mostrar erudição ou na prática enreda, não expondo a doutrina com palavras que os ouvintes compreendam, a missa torna-se enfadonha e os crentes saem em jejum.

No livro que Nicola Bux publicou: “Como Ir à Missa Sem Perder a Fé” – editado por Piemme (Milão), aborda também os símbolos e gestos litúrgicos, que não sendo devidamente explicados, são incompreendidos pela assembleia.

Já que poucos comparecem à catequese de adultos, nem participam em movimentos ou associações religiosas, parece-me que seria prudente, que no início da missa, o sacerdote tivesse pequena palestra (conversa) sobre cristianismo: o que é e o que significa a celebração eucarística.

Ideal seria que fosse acompanhado de folhas volantes, distribuídas ou colocada numa mesinha, à entrada. Certa vez, alguém, sugeriu que cada Igreja, cada pároco, tivesse site ou página numa rede social – só de uso dos aderentes ao grupo – onde abordasse temas religiosos.

Deste modo podia haver conhecimento melhor dos membros que frequentam o templo.

Não digo tanto; mas pelo menos pequenina explicação, no início da missa, parece-me útil e extremamente necessário.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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