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Paulo Pisco pede ao governo um Museu Nacional da Emigração

O PS propõe que o Governo promova a criação de um Museu Nacional da Emigração e o ensino, de forma aprofundada, da história da emigração portuguesa, para “ultrapassar preconceitos” e “valorizar” os emigrantes.

O deputado socialista Paulo Pisco, eleito pelo círculo da emigração, e primeiro signatário das iniciativas, disse hoje à agência Lusa que os dois projetos de resolução “têm um objetivo central: promover um conhecimento e uma compreensão da história da emigração portuguesa, de forma a ultrapassar alguns bloqueios e preconceitos que ainda existem na nossa sociedade”.

O PS pretende que o parlamento recomende ao Governo o reforço da presença nos currículos escolares, no nível secundário, da história da emigração portuguesa, “de forma integrada e nas suas várias dimensões”.

Pisco advoga uma “abordagem diferente da atual, que é pouco mais que uma abordagem de natureza estatística ou a simples referência aos montantes das remessas que são contabilizadas em Portugal”.

Para o socialista, o ensino deve fomentar “um conhecimento da ação transformadora que a emigração teve nos países de acolhimento e em Portugal”, permitindo “um reconhecimento e uma valorização da emigração portuguesa”.

“Não deixa de ser estranho que uma estratégia integrada de valorização do ensino da história da emigração nunca tenha sido equacionada de forma detalhada, tanto mais que haverá poucos portugueses que não tenham pelo menos um familiar que não tenha vivido a experiência da emigração”, refere o projeto de resolução.

Uma abordagem desta realidade “de forma não articulada apenas arrisca ajudar a perpetuar os preconceitos, impedindo assim a necessária reconciliação nacional do país com todos aqueles que um dia tiveram de emigrar”, acrescenta.

Compreender a emigração é “um dos melhores antídotos para combater a ressurgência dos discursos xenófobos”, considera ainda o projeto, que também propõe incentivos à investigação sobre a emigração portuguesa em universidades nacionais e estrangeiras.

A outra proposta visa recomendar ao executivo que “desenvolva os estudos e articule uma estratégia integrada entre os serviços do Estado, das regiões autónomas e das autarquias locais que conduza à promoção da criação de um Museu Nacional da Emigração”.

“A criação deste museu, abarcando de forma o mais abrangente possível todos os períodos migratórios, deve ter como objetivo estratégico dignificar e valorizar os portugueses de todas as épocas e gerações, independentemente das razões por que o fizeram”, acrescenta o projeto de resolução.

A história da emigração de portugueses para cerca de 140 países do mundo “está cheia de episódios e histórias de vida de grande interesse”, sendo “incompreensível não poderem ser reconhecidos”, defendem os socialistas.

Em declarações à Lusa, Paulo Pisco disse esperar que as duas iniciativas sejam debatidas no plenário ainda na atual sessão legislativa.

A resolução sobre o museu baixou à comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, e a do ensino será discutida na comissão de Educação e Ciência, e, em ambos os casos, em articulação com a comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

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