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Onde param os donativos dos emigrantes para as vítimas dos fogos na região Centro?

No início do mês de setembro a imprensa nacional repercutiu nas páginas de vários órgãos de informação declarações do autarca de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, a solicitar que o Ministério Público investigasse para onde foram canalizadas as verbas recolhidas por várias entidades para as vítimas do incêndio que assolou a região em junho.

A suspeita de que terá sido desviada parte das verbas recolhidas para as vítimas, suspeição igualmente partilhada pelos autarcas de Castanheira de Pera e de Figueiró de Vinhos, levou os mesmos a manifestarem inclusive receios de desvio de donativos de contas abertas no estrangeiro por parte de emigrantes.

Esta falta de transparência, aludida pelos autarcas dos concelhos da região Centro atingidos pelos incêndios, motivou mesmo uma intervenção pública do Presidente da República, a pedir esclarecimentos sobre os donativos arrecadados para apoiar as vítimas dos incêndios.

Na esteira das palavras do mais alto magistrado da Nação é preciso explicar aos portugueses “de onde veio o dinheiro, quem é que o está a gerir, como e quanto”, incumbência que entretanto começou a ser esclarecida por várias entidades públicas e privadas envolvidas nas campanhas de solidariedade em prol das vítimas dos fogos.

No caso específico das inúmeras campanhas solidárias dinamizadas pelas comunidades portuguesas para com as vítimas dos incêndios, abundam felizmente vários exemplos de transparência e entreajuda. Ainda no fim-de-semana passado, o movimento “Canada For Portugal”, um movimento que reúne empresários, meios de comunicação social e associações portuguesas de Ontário no Canadá, entregou pessoalmente através do comendador Manuel da Costa, um dos mais ativos e beneméritos empresários portugueses em Toronto, mais de cem mil dólares ao autarca de Pedrogão Grande.

Este envolvimento direto das comunidades portuguesas é indubitavelmente a forma mais adequada de demonstrar a entreajuda e transparência destas campanhas, acrescentando ainda a vantagem de potenciar o conhecimento sobre a realidade das pessoas para com quem os portugueses no estrangeiro expressam a sua solidariedade.

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