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O que é isso da felicidade?

Aquilo a que chamamos felicidade consiste na harmonia e na serenidade, na consciência de uma finalidade, numa orientação positiva, convencida e decidida do espírito, ou seja, na paz da alma.

Thomas Mann

 

Quantas e quantas vezes a humanidade se questionou acerca do que é ou em que consiste a felicidade humana? Muitas são as propostas de resposta, muitos são os que apresentam as suas teorias. No entanto, séculos e séculos depois, continuamos a não encontrar uma definição que seja unanimemente aceite, continuando este a ser um conceito vago e alvo de muitas disputas. Uns afirmam que se não pensarmos muito nesse assunto, senão andarmos constantemente a questionarmo-nos acerca da nossa felicidade, isso significa que somos felizes. Eu, por outro lado, que me questiono obsessivamente sobre quase todas as questões existenciais, não concordo. Considero-me uma pessoa feliz, ainda que não consiga definir concretamente o que é a felicidade e passe uma quantidade razoável de tempo a pensar nela.

Um destes dias, dei de caras com um pedaço de literatura que me deliciou e que me mostrou a resposta a grande parte das perguntas sobre a felicidade. Simultaneamente, foi algo que me serenou e enconrajou porque vai de encontro à minha opinião, não sobre a felicidade em particular, mas sobre a vida em geral. E, com isto, deu para ver, o quanto os pontos destas duas dimensões obviamente se tocam. Como Thomas Mann afirma, não pode haver felicidade sem harmonia, nem serenidade. Ora, eu sou um ser limitado e imperfeito que precisa de ver as coisas no seu lugar para se sentir bem. Por outro lado, se não existir na nossa vida uma finalidade, uma orientação, um objetivo último, tudo o que fazemos no nosso dia-a-dia perde o seu sentido. A minha finalidade e orientação é fornecer todas as condições à minha família para que esta possa ser feliz, é ser um amigo fiel e compassivo, é ser uma pessoa reta e altruísta que troca a ambição da minha mente pela ambição do meu coração. Em suma, o objetivo da minha vida é utilizar as minhas potencialidades ao serviço não da minha pessoa, mas dos que me rodeiam, tornando-os felizes e alcançando eu próprio a felicidade pela satisfação que isso me provoca.

É fácil? Não. Muito frequentemente me deixo ceder às tentações mundanas, ao ter mais e mais, ao querer desmesurado, às expectativas demasiado elevadas, mas também me apercebo cada vez mais rápido que não é aí que encontro a tão desejada felicidade. Apenas encontro uma ambição egoísta e uma insatisfação insaciável. Rapidamente percebo que não é aí que vou encontrar a serenidade e a harmonia de que Thomas Mann falava. Esse estado de espírito só se encontrará quando nos habituarmos a aceitar a nossa verdadeira humanidade, a fraternidade que nos une a quem está junto de nós, as limitações que fazem com que precisemos deles e quando abrirmos as portas da nossa vida à humildade e simplicidade que apesar de não nos garantirem grandes casas, carros e ordenados, garante-nos a tal paz de alma, a tal satisfação que, no final de contas, não são mais que a nossa verdadeira felicidade.

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