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O presépio – Tradição e origem do nome

“E ela deu à luz o seu filho primogénito, enfaixou-o e deitou-o numa manjedoura porque não havia lugar para eles na hospedaria.”

Evangelho de São Lucas (2.7)

Segundo o Evangelho de São Lucas (2.7), Jesus nasceu num estábulo e, efectivamente, a palavra portuguesa “presépio” vem do latim praesaepium (estábulo, curral, cavalariça) e significa hoje igualmente manjedoura.

A palavra foi usada pela primeira vez em relação à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, conhecida desde o século VII como “Sancta Maria ad praesepe”, pois diz a tradição que foi para ali que foram traduzidas as relíquias da manjadoura que serviu de berço ao Menino Jesus.

A palavra cripia, manjedoura em baixo latim, está na origem das palavras “Krippe”, “crèche”, “crib”, entre outras, que significam a mesma cena da natividade em alemão, francês e inglês respectivamente.

De um modo geral, considera-se que a representação plástica do presépio se iniciou com Santa Helena, mãe do imperador Constantino, no século IV, mas a mais antiga cena da Natividade pode na realidade ser vista num fresco datado do século II e existente nas catacombas de Santa Priscília; este fresco retrata a Virgem e o Menino, os três reis Magos, São José e, por cima da cena, uma estrela com oito pontas. Nos séculos IV e V começaram a aparecer em baixos-relevos de sarcófagos as figuras de pastores, a que se juntaram outras, como o burro e a vaca. Mais tarde estas cenas começaram a ser pintadas em vitrais e mosaicos.

Em 1223 São Francisco de Assis decidiu celebrar a missa da véspera de Natal de forma diferente: em vez de celebrar a missa no interior de uma igreja, celebrou-a numa gruta, na floresta de Greccio, uma pequena aldeia onde tinha fundado o seu mosteiro. São Francisco transportou para essa gruta um boi e um burro reais e encheu a manjadoura de feno; depois colocou na gruta as imagens do Menino Jesus, da Virgem Maria e de S. José. Assim, a cena construída por São Francisco de Assis pode ser vista como um desenvolvimento das cerimónias litúrgicas.

No ano seguinte, outras igrejas seguiram o exemplo, e em breve essa tradição se espalhou por toda a Europa. Com o tempo, as pessoas foram substituídas por estátuas, primeiro em tamanho natural, depois cada vez mais pequenas; novas figuras foram igualmente introduzidas: pastores, anjos, reis Magos, etc.

A partir do século XV as figuras de Natal libertam-se das paredes das igrejas e entram nas casas da alta burguesia como objectos luxuosos de decoração que se podiam montar e desmontar.

Com o período barroco, os presépios atingem o seu maior esplendor. Esse género de presépio desenvolveu-se em Portugal no século XVIII. Datam desta época vários presépios magníficos criados pelos grandes escultores portugueses Machado de Castro e António Ferreira.

Depois desta época gloriosa, os presépios entram num certo declínio, mas no século XIX, começam a produzir-se pequenas figurinhas em barro, papel maché e outros materiais, que podem satisfazer facilmente, e a um preço acessível, a procura de um público cada vez mais vasto. E o presépio tornou-se assim uma tradição popular em verdadeira expansão.

Se gosta de ler sobre outras figuras e tradições de Natal, sugiro :

Natal, seu significado e origem (https://bomdia.eu/palavras-com-historia-natal-seu-significado-e-origem/), assim como Quem é o Pai Natal ? (https://bomdia.eu/quem-o-pai-natal/).

© Dulce Rodrigues
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