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O adeus de François Hollande

O Presidente francês, François Hollande, anunciou hoje que não se vai candidatar a um novo mandato no próximo ano.

“Decidi que não serei candidato”, disse Hollande, de 62 anos, num discurso à nação transmitido pela televisão.

“Nos próximos meses, o meu único dever vai ser continuar a liderar o meu país”, declarou.

Eleito em 2012, contra Nicolas Sarkozy, François Hollande torna-se assim no primeiro presidente francês, desde 1958, a renunciar a uma recandidatura.

A popularidade de Hollande atingiu o nível mais baixo depois de um mandato de cinco anos, marcado por alterações nas principais políticas, atentados terroristas, desemprego elevado e revelações sobre a sua vida privada.

Uma sondagem divulgada na quarta-feira dava 7,0% das intenções de voto a Hollande na primeira volta das eleições presidenciais, a 23 de abril do próximo ano.

O mesmo estudo dava a vitória ao candidato do partido Republicano (direita), François Fillon, seguido pela candidata da Frente Nacional (extrema-direita), Marine Le Pen.

Os analistas recomendaram precaução nas previsões, dado que não são ainda conhecidos todos os candidatos e por ser difícil antecipar o peso de independentes, como o ex-ministro Emmanuel Macron, de 38 anos.

O anúncio da retirada de Hollande abre caminho à apresentação de candidatos socialistas, que começou hoje a aceitar candidaturas às primárias, previstas a 22 e 29 de janeiro.

Arnaud Montebourg, um antigo ministro da Economia de esquerda, já tinha apresentado a sua candidatura. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, também deverá concorrer.

Hollande, com o mais baixo nível de popularidade de um Presidente francês desde a Segunda Guerra Mundial, chegou ao poder depois de derrotar Nicolas Sarkozy (direita) em 2012.

Em 2015, a França sofreu três grandes atentados terroristas islamitas, primeiro contra o semanário Charlie Hebdo, depois Paris, em novembro de 2015, e Nice, em julho deste ano.

Na política económica, Hollande avançou com um programa de medidas sociais, que incluía um super-imposto de 75% para os mais ricos, mas mudou de rumo para introduzir reformas a favor dos empresários.

Em janeiro de 2014, a revista Closer divulgou o relacionamento entre Hollande e a atriz francesa Julie Gayet, o que levou ao fim da relação com a companheira, Valerie Trierweiler.

O jornal Le Monde criticou hoje a atuação de Hollande e afirmou que o Partido Socialista corre o risco de sofrer uma divisão antes das presidenciais em abril e maio e das legislativas em junho.

“A pessoa mais responsável é François Hollande, que não deu um significado ao seu mandato, nem ocupou a presidência com autoridade, nem se impôs como o candidato legítimo do partido”, de acordo com o editorial.

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