De que está à procura ?

Lifestyle

Músicas do mundo em Sines

O fadista alentejano André Baptista e a guitarra portuguesa de António Chainho deram hoje o “sinal de partida” para a viagem musical que atravessa dezenas de países “a bordo” do Festival Músicas do Mundo, de Sines.

“Lá Na Minha Aldeia” foi o tema escolhido pelo fadista André Baptista, natural do concelho de Sines, em “homenagem” à “sua aldeia” para estrear hoje o palco do Festival Músicas do Mundo (FMM), em Porto Covo.

Embora seja a primeira vez que pisa o palco do FMM, o fadista alentejano, que cresceu em Sines, já é assíduo no festival, mas habitualmente está entre o público.

“Enquanto cantor foi uma estreia, embora eu acompanhe o festival desde o início, porque na altura em que o festival arrancou, eu ainda vivia em Sines e assisti a quase todos os festivais que se fizeram até hoje”, disse à agência Lusa André Baptista, após o espetáculo, que levou o público a cantar temas mais populares como “É Ou Não É”.

Perto das 20:00, André Baptista saiu do palco, mas voltou mais de meia hora depois, para “acompanhar” em duas músicas a guitarra portuguesa de António Chainho, que regressou para um espetáculo este ano ao FMM, depois de já ter passado pelo palco do Castelo de Sines em 2011.

Habituado a levar a guitarra portuguesa além-fronteiras, tendo dado espetáculos em países como a Índia, Japão, Brasil, Sri Lanka, e Austrália, entre outros, o “mestre da guitarra portuguesa”, como é conhecido António Chainho, sentiu-se “em casa” durante o seu espetáculo, ou não fosse ele também alentejano, natural do concelho de Santiago do Cacém.

“Eu sendo ‘aqui das bandas’, já que nasci a 30 quilómetros daqui, tenho aqui o meu público também”, disse à Lusa António Chainho, que aproveitou para revelar a intenção de, após ter celebrado 50 anos de carreira, aproveitar para comemorar o 80.º aniversário, em 2018, com um novo álbum.

O festival começou, como habitualmente em português, mas a viagem pela diversidade cultural partiu para o Irão, com os tambores do músico Mohammad Reza Mortazavi, seguido da norte-americana Leyla McCalla.

Entre o público que se espalha pelo Largo Marquês de Pombal e que o vento frio não conseguiu afugentar, ouve-se falar em português, inglês, espanhol, francês e alemão.

Enquanto uns mais atentos ao espetáculo em palco, outros apreciam o concerto mais afastados e sentados em bancos, esplanadas ou até na relva, e aproveitam para conversar.

O “convívio” e a “descoberta” de novas sonoridades são os atrativos do FMM mais mencionados pelos “festivaleiros” entrevistados pela agência Lusa, alguns estreantes no certame, mas outros repetentes.

Há mais de 20 anos emigrada na Suíça, Anabela Porfírio, natural de Sines, aproveita esta altura do ano para regressar à terra natal, para participar “no convívio” e “no ambiente movimentado na rua”, sem se preocupar muito com o programa oferecido porque, afinal de contas, o FMM é o festival “da descoberta”.

Para Orlando Soares, empresário de Sintra, esta é a primeira vez que está no FMM, que “apanhou” por coincidência durante uns dias de férias em Porto Covo, mas “que foi uma agradável surpresa”.

Após sete anos a frequentar o FMM em Sines, Inês Pimentel regressou este ano ao festival, mas escolheu Porto Covo para a estreia no certame do filho, de 5 meses.

“Escolhemos Porto Covo porque é mais tranquilo”, disse a psicóloga lisboeta, que considera o festival “seguro” e com “ambiente familiar”.

A primeira noite de concertos encerra ao som dos peruanos Bareto, mas a 19.ª edição do FMM de Sines continua ainda até domingo na aldeia turística de Porto Covo, seguindo para cidade de Sines a partir de segunda-feira.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA