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Mostra de 207 presépios do norte de Portugal em Évora

Um total de 207 presépios artesanais do norte de Portugal, pertencentes ao colecionador Fernando Canha da Silva, vão estar exposto em Évora, na Igreja de São Francisco, a partir de quinta-feira, revelou a instituição.

Segundo a Igreja de São Francisco, a mostra temporária vai ser inaugurada às 12:00 de quinta-feira, na galeria norte do edifício, podendo ser apreciada pelo público até final de outubro do próximo ano.

A igreja, uma das mais visitadas pelos turistas, por acolher a célebre Capela dos Ossos, reabriu ao público em outubro de 2015, após obras de reabilitação.

Desde então, a igreja está dotada com espaços museológicos, acolhendo um espólio de arte sacra e a coleção de presépios do major-general Fernando Canha da Silva, com exemplares das regiões de Portugal e de inúmeros países do mundo.

Além desta exposição permanente, a Igreja de São Francisco tem promovido mostras temporárias do acervo deste colecionador, residente em Évora, primeiro com os presépios do Alentejo (2016), depois com os de África (este ano) e, agora, uma centrada nos da região norte de Portugal.

“A Coleção Canha da Silva é formada por cerca de 300 presépios” característicos do norte, “dos quais 207 estão aqui expostos”, além de outros 37 integrarem a exposição permanente, explicou a instituição.

Com a mostra temporária, continuou, “pretende-se criar um espaço que convide a aprofundar o conhecimento do artesanato do norte de Portugal na sua expressão de intensa religiosidade, usufruindo, ao mesmo tempo, desta arte tão variada e bela”.

Entre os exemplares que vão poder ser apreciados pelos visitantes, encontram-se trabalhos em barro, cestaria, tecelagem manual, latoaria e “as rendas e os bordados que, no Minho, se mostram de maneira mais exuberante e variada”, indicou a organização.

“As rendas de bilros surgem, sobretudo, nas localidades do litoral, como Vila do Conde, confirmando o ditado popular” que refere que “onde há redes há rendas”, acrescentou.

A produção oriunda de Barcelos, “com um figurado pleno de encantamento” e “que afirma no barro vermelho a sua devoção”, também vai estar em destaque na exposição.

“Cada boneco assume-se como um objeto de culto caracterizado por cores exuberantes, num imaginário de bestas e monstruosidades, de diabos e de figuras religiosas, numa mescla de respeito e malandrice”, assinalou a Igreja de São Francisco.

Estes presépios, sublinhou, constituem “um excelente exemplo” do artesanato tradicional, o qual “tem vindo a adaptar-se e a conviver com outras manifestações”, assim como do “novo artesanato” ou “artesanato contemporâneo” ou “artesanato urbano”, que “recria novos modelos utilizando outros materiais e tecnologias”.

Na abertura da exposição, está prevista a atuação do Grupo Cantares de Évora, que vai entoar, no Terraço da Galilé, com vista sobre a cidade, modas de cante alentejano que fazem parte do seu reportório.

Classificada como monumento nacional, a igreja foi alvo de obras de reabilitação de cerca de 4,2 milhões de euros, com apoios comunitários, e conquistou o Prémio IHRU Nuno Teotónio Pereira 2016, para Melhor Reabilitação de Edifício, e o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2017, na categoria de Melhor Restauro.

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