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ModaLisboa começa com sangue novo

O trabalho de cinco jovens designers de moda, portugueses, em início de carreira, foi apresentado quinta-feira na Estufa Fria, em Lisboa, no âmbito da 51.ª edição da ModaLisboa.

A partir das 16:00, a Estufa Fria acolheu dezenas de pessoas que quiseram conhecer de perto as peças criadas por António Castro, Cristina Real, Filipe Augusto, João Oliveira e Tiago Loureiro, designers de moda em início de carreira, integrados na plataforma “Workstation” da 51.ª edição da ModaLisboa, que começou hoje.

As coleções-cápsula de cada um dos participantes foram mostradas em ‘perfomances’, em vez dos habituais desfiles. Havia manequins a jogar à cabra cega, outros ao jogo da malha e ainda outros a fazer a dança das cadeiras.

Destes cinco jovens, dois já se sagraram vencedores do concurso Sangue Novo da ModaLisboa, destinado a jovens finalistas de cursos de Design de Moda ou que estejam a iniciar a sua marca.

Filipe Augusto, vencedor do concurso na 50.ª edição da ModaLisboa, apresentou hoje “Maria”, uma coleção de homenagem à mãe, que “aborda ser-se doméstica e usar-se a bata tradicional portuguesa, um avental”.

“Daí termos uma desconstrução, que não é das peças superiores. [As peças são] todas funcionais, apenas com um fecho, que dá para usar como avental ou fechar e usar a peça normal no dia-a-dia”, explicou, em declarações à Lusa.

Já João Oliveira, vencedor do Sangue Novo na 48.ª edição da ModaLisboa, apresentou uma coleção “inspirada na desculpa, em coisas negativas”, mas que, “ironicamente”, tem muita cor. João quis “transformar esses sentimentos numa coisa mais alegre”, usando-os em peças nas quais tenta “juntar tecidos formais” e torná-los “muito pesados”.

Apesar de não se terem sagrado vencedores, também Tiago Loureiro e Cristina Real passaram pelo Sangue Novo.

O primeiro desvendou hoje “The garden of today’s delight”, uma “referência quase direta e irónica à obra ‘O Jardim das Delícias’, de Bosch”.

“Entendi as delícias terrenas como possíveis pecados, e pensei naqueles que seriam pecados dos dias de hoje (gentrificação, degelo, aquecimento global, poluição aquática, turismo de massas), representados no padrão das peças”, descreveu à Lusa.

A criação desta coleção-cápsula partiu “de dois moldes muito específicos”, um blazer da década de 1990 e um par de calças que criou para uma outra coleção. “Todos os moldes foram reorganizados para parecer outra coisa”, referiu.

Cristina Real apresentou “Real fantasy”, coleção cuja inspiração é uma “junção entre arquitetura e arquitetura paisagista”. Mas o que esteve hoje na Estufa Fria é apenas “um ‘cheirinho’ da coleção, [porque] há muito mais”.

António Castro é único dos cinco que não passou pelo Sangue Novo e também o único que vive fora de Portugal. Atualmente em Paris, este jovem designer de moda trabalha para a Maison Margiela, no departamento têxtil da coleção Artisanal.

Para criar as peças hoje apresentadas, inspirou-se “no arquétipo masculino do polo branco e das calças de ganga”, desconstruindo as duas peças.

Na Estufa Fria apresentou oito coordenados compostos por “peças únicas”, já que trabalha “sempre com restos de tecidos de antigas produções e tecelagens feitas com restos de cones de linhas de fábricas”.

“Há peças feitas artesanalmente, tecidos ‘vintage’, amostras de tecido que encontrei numa feira ‘vintage’. Uma mistura da ideia do tempo na produção de moda hoje em dia”, referiu.

As coleções-cápsula que António Castro, Cristina Real, Filipe Augusto e João Oliveira e Tiago Loureiro apresentaram hoje, estarão à venda entre sexta-feira e domingo no “Wonder Room”, uma ‘pop-up store’ (loja temporária), no qual participam 24 marcas e ‘designers’ nacionais, montada junto ao Pavilhão Carlos Lopes e aberta ao público, no âmbito da 51.ª edição da ModaLisboa.

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