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Minha mãe está longe

Minha mãe que eu tenho, meu lençol

de linho de carinho e distância,

tão querida memória viva do retrato

aqui longe, me matas a sede da infância.

A saudade é o que eu bebo como fel,

tão distante que me atormenta a língua,

fonte que me deu a vida, ai mãe, ai mel

flor do teu corpo que me traz à míngua.

Porque me deixas-te vir para Timor,

longe de ti mãe a saudade não resiste,

recordo teus cuidados e o teu amor

minha mãe distante que me assiste.

Minha mãe que eu tenho minha força,

sumo da raiva que fechei por dentro

és meiga diligente forte e corça,

meu mundo onde eu apenas entro.

Minha mãe meu jardim meu canto

meu amor meu poema de espanto!

Só faltam mais dois anos para

Te voltar a ver!

 

Díli, 1970

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