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O melhor do Brasil é o brasileiro

A notícia que balançou o Brasil na última terça-feira (17/5) provou que os brasileiros vivem de extremos. A hora do jantar foi a escolhida para colocar mais um nariz de palhaço em toda nação. O jornal O Globo revelou que, em delação premiada – um tipo de fofoca positiva que vem desmascarando uma penca de políticos -, Michel Temer, atual presidente do Brasil, consentiu com a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na prisão. Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”, disse em referência ao combinado.

A notícia borbulhou o país e gerou uma chuva de memes que tomou conta das redes sociais. “House of Cards”, uma série americana que trata do jogo politico dos Estados Unidos, entrou na onda e fez um post em seu Twitter oficial. “Tá difícil competir”, escreveu em referência ao escândalo do dia.

Acho incrível o poder que o brasileiro tem de transformar cada explosão em uma grande festa e de contaminar o mundo com isso. Está aí um dos pontos positivos de viver no “país do carnaval”. Mas, é neste país do “oba oba” – melhor definido como o país da contradição – que residem problemas catastróficos. Um deles é o verme da corrupção, que assola nossas vidas desde que o Brasil é Brasil.

O fato é: o humor e a criatividade é mais um dos mecanismos de defesa que temos para não nos deixarmos abater com a sensação de sermos, mais uma vez, chutados para escanteio. Novamente fomos traídos pelos representantes que, numa realidade lúdica, deveriam administrar o país com transparência e compromisso – as palavras mais usadas pelos candidatos em épocas de campanha eleitoral.

É por essas e tantas outras que a população brasileira está desacreditada. A prova disso é o resultado de uma pesquisa divulgada em 2013 pela ONG Transparência Internacional. Foi constatado que 81% dos brasileiros acreditam que partidos políticos são “corruptos ou muito corruptos”.  O Congresso Nacional aparece entre as instituições mais desacreditadas pela população – 72% dos brasileiros não confiam no orgão que costuma elaborar e aprovar as leis do país.

Mas, em vez de sentar e chorar, meus companheiros de nacionalidade valorizam cada centavo pago para a Internet. O espaço virou terra fértil para protestos humorísticos que também provam a revolta da população. O brasileiro prefere rir da própria desgraça para não virar alvo de piada mundialmente. A verdade é que, a bomba que estourou na última terça-feira foi só mais um 7 x 1 nas nossas costas. Novamente, o mundo assiste de pé aos escândalos da corrupção no Brasil. E nós? Choramos e rimos de nervoso com a infeliz certeza de que muitos 7 x 1 ainda virão, principalmente com o possível afastamento do atual presidente – pela segunda vez consecutiva.

Prefiro me apoiar no que vejo como ponto positivo disso tudo: diante de tantas máscaras caindo, há uma esperança de que este contexto traga a reforma política que o Brasil necessita. Parece “a casa da mãe Joana”, mas é só o Brasil, país do carnaval, do futebol, dos memes e…da corrupção.

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