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Longevidade

Um dos avanços da tecnologia e medicina, aliado ao facto de, apesar de tudo, vivermos num mundo em mais paz que anteriormente, faz com que os seres humanos vivam mais tempo, e hoje em dia é frequente convivermos com pessoas com mais de noventa anos, todos bem-dispostos e felizes e com bastante qualidade de vida. Pelo menos alguns.

E portanto, tenho medo que os avanços da medicina nos levem ao caminho da eternidade e isso é muito chato, e isso até contraria um pouco os meus conceitos de Deus e de vida que já tive anteriormente oportunidade de explicar.

Eu acho que há um momento numa vida em que estamos preparados para morrer, não forçando, não impingindo, mas porque é mesmo assim, porque o nosso prazo de validade, definido por nós, foi ultrapassado!

Um dia em que vivamos 500 anos vamos ter que trabalhar 450, isto porque a sustentabilidade do sistema de segurança social assim o exige, sempre a aturar o mesmo patrão chato, a chamar “oh boa” a uma adolescente centenária, e muito sinceramente não sei se o nosso cérebro aguenta! E já viram o que é estar 400 anos a aturar Cavaco Silva, e o António Costa, já há 150 anos no poder, ainda continuar a culpar o anterior executivo pelas desgraças da actualidade? E ter Natais com mais de 500 descendentes, ter que decorar o nome de cada um deles… E continuar, daqui a 300 anos, a apreciar as namoradas do Pinto da Costa.

Cada um acredita no que quer, ou melhor, naquilo que estás mais próximo das respostas que desejamos ouvir acerca do que fazemos aqui, se temos ou não uma missão, como é que será a o dia seguinte depois de nos ter dado o badagaio, se vão descobrir toda a merda que fizemos ao longo de uma vida, e o que será deles, dos entes queridos, sem nós. Na minha opinião, o nosso funeral será um momento de encontro de amigos e familiares que já não se encontram há imenso tempo e que dizem “infelizmente só nos encontramos nestas coisas”, e contam anedotas e fazem piadas, enquanto nos intervalos, vão confidenciando momentos espectaculares com o defunto, mas tudo bem, os momentos iniciais do epílogo são assim mesmo. Aliás, todos os funerais são parvos, com excepção do da minha avó Joaquina que teve de tudo, não é tia Luísa?

Eu já disse que sou crente, e na minha concepção de Deus, que existem três dimensões infinitas: o espaço, o tempo e a vida, para além, como é óbvio, a estupidez humana da qual eu sou um ilustre dignitário!

Isso da fé tem que se lhe diga, pois conheço muito sportinguista ateu, que quando Bruno Carvalho lhes garante que serão campeões nacionais no final da época, eles acreditam piamente! E portanto temos aqui um profeta, a sua profecia e os crentes que por acaso recusam-se a acreditar na existência de Deus, mas que acreditam que Bruno Carvalho adivinha cenas com 9 meses de antecedência enquanto deita fumo pela boca como os “dragões”! E muito sinceramente, muito confundem Fé com Esperança e confundem Esperança com Sorte.

Agora viver 500 anos, por amor de Deus…

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