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Lexus RC F: incrível, maravilhoso, perfeito, mas…

24 horas ao volante do Lexus RC F é demais para o coração sensível de qualquer amante de automóveis. Antes ainda do primeiro contacto enche-nos a expetativa. Uau, vou ensaiar um carro de quase 500 cavalos! Chegados ao momento das apresentações o impacto é ainda mais incrível. O RC F é de outro mundo. Tem especificações de outro mundo e um design de extraterrestre.

Mãos no volante, pé no acelerador e nada nos pode parar. A partir de agora somos só um e o carro está de acordo com tudo o que se lhe pede. Melhor: este tiranossauro de duas toneladas e477 cavalos de potência parece que adivinha o que o condutor pretende e corrige, melhora, salva-nos de uma uma desgraça previsível.

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Que dizer de um motor V8 com 5 litros atmosférico a debitar 530 Nm capaz de fazer mais de 7 mil rotações? Haverá carro mais purista que este? Somos os reis do mundo e o nosso próximo carro vai ser este, até porque as nossas costas já se casaram com o assento que parece modelado à nossa medida, como os dos pilotos de Fórmula 1.

Mas – e começam os “mas” – o tabliê rebuscado com um enorme ecrã central, o famoso “rato” (um “touch pad” que é uma dor de cabeça para acertar com a forma de o utilizar sem falhar) e os diversos comandos um pouco espalhadospor todo o lado… bem, se calhar, com o tempo isto resolve-se.

O RC F é menino para se bater com carros bem estabelecidos no mercado, tais como o BMW M4 ou versões AMG Mercedes. Tecnicamente, o Lexus tem mais avanços tecnológicos, mas – na hora da verdade – falta-lhe garra, falta aquela excitação brutal. Note-se que todos os seus concorrentes sofrem da mesma doença nos dias que correm. Exemplo: o som que o condutor do M4 ouve é sintetizado! Sim, os engenheiros acharam que o barulho do 3 litros não chegava para excitar o piloto e colocaram um sonzinho a mais nos altifalantes do automóvel. A Lexus também modulou o som do carro, mas decidiu que não era preciso tanto barulho. É pena.

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O V8 que move este animal selvagem é fabuloso. Tem uma capacidade extraodrinária para subir nas rotações e – como os mais fanáticos de automóveis sabem – começa a ser uma exceção. Para arranjar um V8 num carro abaixo de 100.000 euros sobra a Jaguar e alguns carros americanos já que os alemães decidiram adotar motores mais pequenos. O Lexus vale também por isso: é cada vez mais uma espécie em via de extinção.

Inevitavelmente que o motor se destaca de tudo o resto. O bloco V8 com 5.0 litros é fabuloso com uma subida de rotação veloz até às 5000 rpm, valor que já o colocaria num patamar de eleição. Mas ai chegado, descobrimos que há, ainda, mais duas mil rotações onde há potência e binário disponíveis para oferecer prazer na condução e uma sonoridade fabulosa.

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Ao volante do Lexus RC F temos o problema de escolher entre os quatro modos (ou mais) de condução. E quatro modos já são escolhas a mais. Em regulação superdesportiva o RC F fica mais acertado, mais pronto a saltar para a frente, mas a direção continua a não ser suficientemente direta. É pena. Dito isto, estamos a falar de um carro que é extremamente confortável. Trata-se de um verdadeiro Gran Turismo que alia potência com fartura a um conforto de referência.

(Ensaio Raúl Reis, fotografias Ivo Guimarães)

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