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Jesus: no último ano não me senti desejado no Benfica

O treinador de futebol Jorge Jesus disse no domingo à noite que não se sentiu desejado no Benfica na última temporada naquele clube e que a transferência para o Sporting aconteceu “de um momento para o outro”.

“Porque não continuei? Senti-me sempre desejado no Benfica. Neste último ano não. Senti que havia um clube que me desejava e saí”, disse Jesus, em entrevista ao programa ‘Play-off’ da SIC Notícias.

O treinador, bicampeão pelos ‘encarnados’, afirmou que “não dava para imaginar, nem quando acabou a temporada dava para imaginar” que se pudesse mudar para o Sporting, mas disse que tem “muita experiência” e sabe quando é desejado ou não.

“Foi tudo muito rápido, aconteceu tudo de um momento para o outro (…). Vivi normalmente, tenho muitos anos de futebol, sei que a minha vida está sempre dependente de poder mudar de clube. Não é uma mudança qualquer. Mas eu terminava o meu contrato. Ou continuava ou não”, afirmou.

Embora diga que não era um sonho treinar o Sporting, Jesus assumiu que “o sentimental também teve alguma influência”, pelo seu pai ser sportinguista, mas sobretudo pelo “entusiasmo” de sentir que o queriam.

“Sabia que podia ter a possibilidade, mas quando vi que as pessoas me queriam, não hesitei. Nem verbas discuti. O que me querem oferecer e assinei. (…) Tinha propostas de fora e que não há comparação possível. Tinha propostas de bons clubes, mas não daqueles que lutam pela ‘Champions’. Esse é o meu sonho”, disse.

Jesus revelou ainda que o empresário Jorge Mendes lhe apresentou propostas do Qatar e de quatro dos “maiores clubes italianos” – Inter, AC Milan, Roma e Nápoles –, com valores de seis, oito milhões de euros líquidos.

Em relação ao Benfica, Jesus garantiu que o clube nunca lhe “propôs reduzir a massa salarial” e que “não foi por questões financeiras” que não ficou, deixando para mais tarde a história da sua saída.

“A minha decisão não teve nada a ver com uma mudança de política desportiva”, garantiu Jesus, quando questionado sobre se uma obrigação de apostar mais na formação do Benfica podia ter pesado na sua decisão.

Jorge Jesus lembrou que já conhecia o presidente dos ‘encarnados’, Luís Filipe Vieira, e que foram “seis anos a trabalhar” com alguém com quem “já tinha uma relação boa”.

“Agradeço, porque cresci como treinador e o Benfica também cresceu. Nunca vou confundir amizade com decisões profissionais. Não tenho dúvidas em relação a isso [voltar a falar com Vieira]”, disse Jesus, lembrando que continua a cumprimentar o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, “porque já era amigo dele”.

Apesar de ter estado seis anos à frente dos ‘encarnados’, Jesus disse não acreditar que o Benfica fique fragilizado pela sua saída.

“O Benfica é bicampeão, tem uma equipa trabalhada de seis anos, tem uma máquina feita, oleada, que tem à partida todas as possibilidades de partir melhor. Parte à frente. Eu estou a chegar a um clube”, disse.

Sobre o sorteio dos árbitros, Jesus afirmou que isso não o preocupa, porque “o importante é ter uma equipa forte, com qualidade”, mesmo que os “árbitros, por vezes, tenham influência no resultado, em Portugal e em todo o mundo”.

“Com a nomeação ou com o sorteio tem de haver jogo. A ideia do ‘colinho’ vai haver sempre. O que posso dizer é que se houver um quadro de árbitros de grande qualidade, porque não o sorteio? Pela nomeação podemos escolher os que achamos que são os melhores árbitros para aquele jogo, o que nem sempre acontece”, disse.

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