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Já morreram cinco portugueses em atentados terroristas

Maria da Glória Moreira foi a primeira portuguesa morta pelo Daesh. É triste, épica e poética a história desta mulher, que aos 76 anos foi morta numa praia de Sousse, na Tunísia, a 27 de junho de 2015. Tinha sido professora, estava reformada e viúva há dois anos. Nos dias felizes em que viajou com o marido, a Tunísia foi um dos destinos escolhidos pelo casal. Gostavam da praia e eram bem tratados nos hotéis. Sentiam-se seguros.

Quando finalmente decidiu e conseguiu retomar o curso normal da vida, Maria da Glória viajou para o lugar onde fora tão feliz. Morreu ao quinto dia de férias, vítima de um brutal atentado do Daesh que metralhou dezenas de pessoas num resort turístico, recorda o jornal Expresso.

Quatro meses depois, a 13 de novembro, Paris foi atingida por um onda de horror, numa noite de sexta-feira cálida. As esplanadas estavam cheias, a França jogava com a Alemanha no Stade de France, e a banda “Eagles of Death Metal” dava um concerto no teatro Le Bataclan.

O alentejano Manuel Colaço Dias, 63 anos, emigrante em França há 45 anos, casado e pai de um rapaz com 28 anos e uma rapariga com 30, era motorista e levou três pessoas ao estádio para assistirem ao jogo particular de futebol entre França e Alemanha. Perdeu a vida numa das explosões que ocorreram junto ao recinto desportivo, um dos locais da onda de ataques conjugados que fez 130 mortos e cerca de 350 feridos.

Precília Correia morreu nessa mesma noite, num momento que seria de lazer, no concerto da banda norte-americana Eagles of Death Metal . A sala do teatro Le Bataclan estava cheia nessa noite de sexta-feira. Precília, 35 anos, era amiga do jornalista do Expresso Nelson Marques que se despediu dela nesta crónica.

Filha de pai português e mãe francesa, trabalhava numa loja da Fnac na capital francesa. A última fotografia que colocou na página do Facebook tinha a data de 23 de julho. As anteriores, captadas na costa do Meco (Setúbal) e em Lisboa, são de junho de 2015, quando Précília passou as férias do verão em Portugal.

Dois meses depois, a 15 de janeiro de 2016, António de Oliveira Basto, um emigrante português em França, foi morto num atentado em Ouagadougou. Deveria regressar a Paris dois dias depois, mas nessa sexta-feira teve o azar de estar a jantar com os seus colegas Arnaud Cazier e Eddie Touati no restaurante Le Capuccino, um local muito frequentado pelos estrangeiros que se encontravam em Ouagadougou, capital do Burkina Faso… quando o restaurante do Hotel Splendid foi alvo de um atentado terrorista.

Tinha 52 anos e não gostava de comida condimentada. Foi esta preferência que fez Angélique, sua filha, temer o pior e sentir que o pai seria uma das 29 vítimas mortais do atentado terrorista contra o Hotel Splendid e o seu restaurante Le Cappuccino.

António estava na capital do Burkina Faso ao serviço da empresa francesa de transportes Val-d’Oise.

No ataque terrorista desta quinta-feira, 17 de agosto, em Barcelona, foi morta uma senhora de 74 anos, que é a quinta portuguesa morta em atentados terroristas nos últimos 26 meses.

Tudo indica que estaria de férias, como de férias estava Maria da Glória quando foi metralhada numa praia da Tunísia em junho de 2015. Mas ao contrário de Maria da Glória que estava sozinha em Sousse para recordar os bons tempos que ali passara com o marido, esta senhora estava com uma neta de 20 anos, que permanece na lista dos desparecidos.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros não revela “a identidade da vítima” mortal, diz ao Expresso fonte do gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro; é prática do MNE não divulgar a identificação das vítimas portuguesas, remetendo essa opção “para a família”, e as autoridades portuguesas só tiveram a confirmação do falecimento desta senhora nascida em 1943 –ao fim da manhã desta sexta-feira.

Sabemos que a vítima morava em Lisboa, que tinha pelo menos um filho, e que este filho é pai da jovem de 20 anos cujo paradeiro se desconhece, mas que poderá estar entre os feridos ou vítimas mortais.

A 22 de março deste ano, Londres foi palco de um ataque no exterior do Parlamento britânico. A polícia abateu um homem que entrou nas instalações do Parlamento britânico, depois de ter esfaqueado um agente da ordem.

Quase ao lado, na Ponte Westminster, um carro atropelava dezenas de pessoas. situada nas imediações. Entre os feridos, o português Francisco Lopes, 26 anos, natural do Barreiro, a viver em Londres desde os oito. Este sportinguista escapou com vida ao atentado cometido por Adrian Russell Ajao (também conhecido por Khalid Masood), o homem radicalizado (pela propaganda jiadista online?) que voltou a colocar Londres em alerta nesse início de tarde.

O atropelamento que matou 86 pessoas a 14 de julho de 2016, provocou feriu portugueses. Tal como o de Bruxelas, nesse mesmo ano.

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