Regresso à minha Ítaca profana
como um olíssipo deambulando,
arrepio o fio como um teseu buscando
não o minotauro, mas a ariana.
O meu navio enche as generosas velas
como as pítias no velho templo os peitos
não procuro novos desejos nem feitos
antes velhas especiarias e canelas.
Perpetuam-se as orgias nos sarcófagos de veludo
despem-se do azul nas alcovas as afrodites
desta vez não tenho medo nem limites
quero fazer aos meus amores tudo.
Gozo o sol na manhã nova
fito o pó que escorreu pelo rio apagado
as sombras e os passos são só passado.
Hoje, apenas cruzo o meu dessassossego que se renova…
JLC2350204