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Ilha de Roatan

Roatan, uma ilha edénica nas Caraíbas, deslumbra qualquer aficionado de mergulho pelo esplendor de portentosos recifes corais. As suas praias de areia branca e águas cristalinas são uma autêntica relíquia. Todavia, há uma discrepância abismal entre as vilas costeiras e as camponesas. Resorts e hotéis de luxo com piscinas exteriores destoam com modestas e despojadas barracas nas aldeias. O meu aposento é um simples hostel no meio de uma tacanha povoação, mas que apresenta o essencial para qualquer viajante, uma cama para dormir.

Não me posso queixar ou lamuriar. Ao invés de uma piscina tenho outro tipo de luxo no exterior, um tanque para lavar roupa. Esta última frase pode ter uma pequena pitada de ironia, mas até não. Com incontáveis praias exóticas e selvagens, até me dá mais jeito ter um tanque para lavar a roupa. Com os restaurantes acontece exatamente o mesmo.

Existe uma diferença insondável nos preços de uma refeição num simples restaurante e numa mera barraca em plena rua. Com a fome a bater à porta, decidi sondar alguns estabelecimentos. No primeiro restaurante, assustei-me com o imódico valor de um simples prato de massa e dei meia volta. No segundo estabelecimento, aconteceu exatamente o mesmo. Demasiado caro para a minha carteira!

Após o terceiro vislumbre de valores extremamente excessivos, procurei o estabelecimento mais modesto. Continuei a minha caminhada até me deparar com uma pequena barraca mesmo em frente ao mar. Diga-se de passagem que a barraca tinha um aspeto bastante reles, mas o preço era bastante mais apelativo para a minha carteira.

Toda a comida estava exposta ao sol rodeada por imensas moscas. As carnes estavam penduradas num arame como se fosse roupa a secar. Não me agradava nada comer uma refeição nesta pequena tasca, mas na realidade também não encontrava nada mais barato. Decidi optar por um simples hamburguer. Ainda dei umas duas dentadas mas, depois de olhar novamente para aquele cortinado de carne onde as moscas pousavam, acabei por desistir.

Malgrado este episódio, continuo fidedigno ao paradigma de me deixar entranhar na verdadeira natureza de cada povo e cultura. Sentir e vivenciar cada letra da palavra Honduras na sua verdadeira essência.

Estava numa pequena vila costeira chamada West End e tinha alguma curiosidade em conhecer a praia de West Bay. Após interpelar alguns nativos e perceber que não havia qualquer tipo de transporte público, perguntei por um táxi. Nas ruelas mais afuniladas desta tacanha vila, os autóctones apontavam sempre para o mar o que me deixava um pouco confuso. Estariam estes simpáticos locais a mandarem-me ir a nado até West Bay? Nada disso!

O único transporte até West Bay eram barcos-taxi que faziam este serviço. Quando cheguei à praia, lá estavam os “ watertaxis “ atracados na praia, com um letreiro enorme.

Toda a viagem até West Bay foi encantadora. Ao longe presenciava-se uma cortina de palmeiras que embelezava toda a costa, contrastando com o azul do mar. Ao contrário de West End, esta praia estava apinhada de turistas, oriundos de todo o mundo. Os seus recifes corais bem perto da costa eram o principal motivo de tanta multidão. Em cada beco havia barracas a alugarem equipamento de snorkel para o mergulho.

Por um preço irrisório aluguei uma máscara de mergulho e aventurei-me mar adentro. Nadar entre recifes corais e peixes coloridos revelou-se uma experiência fabulosa e mágica. Uma viagem a um mundo encantado, onde a venustidade residia na flora e fauna aquática.

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