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Igreja Católica contra acolhimento seletivo de refugiados

TOPSHOTS Migrants wait for a train at a railway station, near the official border between Serbia and Croatia, near Eastern-Croatian town of Tovarnik, on September 17, 2015. Migrants headed for Western-European countries have found a new route between countries to cross into the EU, after Hungarian authorities have physicaly closed it's borders towards Serbia. For the moment, Croatia copes well with the influx of refugees, being still able to keep evidence of the people arriving and transporting them by train to refugee transit centres closer to nation's capital, Zagreb. AFP PHOTO/STRSTR/AFP/Getty Images

O padre Alfredo Gonçalves, vigário geral dos missionários scalabrinianos, afirmou à Agência ECCLESIA que o “maior problema” da Europa diante dos fluxos migratórios é fazer um acolhimento “seletivo” de migrantes e refugiados.

“É verdade que o refugiado não pode voltar a atrás porque é perseguido, mas também é verdade que o migrante que foge da pobreza também não pode voltar a atrás porque está condenado à morte, a conta-gotas, porque não tem condições de sobrevivência no seu país”, afirmou

“Essa separação muito nítida entre refugiado e migrante é perigosa é uma armadilha”, afirmou o vigário geral dos missionários scalabrinianos no fim de uma reunião que decorreu no Turcifal, na Diocese de Lisboa, com representantes de sacerdotes que trabalham com migrantes e refugiados em 32 países.

Para o sacerdote madeirense, que integra o Governo Geral da Congregação cuja prioridade é trabalhar junto das populações migrantes, a Europa tem de “construir pontes, não muros” e admitir que vai precisar de “milhões de imigrantes”.

“A Europa, para continuar no nível em que está hoje, vai precisar dentro de alguns anos de milhões de imigrantes para continuar a manter o nível de vida que tem. Os países que vêm coisas a longo prazo acolhem imigrantes e tentam dar uma oportunidade de trabalho porque sabem que esse é o futuro. Os países que os afastam vão ter problemas consigo mesmos”, sublinhou.

O Encontro Internacional dos Missionários Scalabrinianos reuniu em Portugal os responsáveis pela formação de cerca de 500 candidatos ao sacerdócio na congregação, concluindo que é necessário “conhecer mais a sério” os fluxos migratórios.

“É um dos temas emergentes em toda a sociedade, particularmente na Europa. Ela emergiu com muita força e os formadores assumiram a responsabilidade de levar mais a sério o conhecimento atualizado do fenómeno das migrações: fluxos, tendências, causas e consequências das migrações no mundo inteiro”, adiantou.

A preparação “mais sólida” dos formadores de candidatos ao sacerdócio foi uma determinação deste encontro internacional, que iniciou no dia 20 de setembro.

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