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Gabriel Abrantes: “Diamantino” é um filme arriscado

“Eu e o Daniel fizemos um filme arriscado, e o júri decidiu arriscar connosco”, disse ao BOM DIA Gabriel Abrantes (na foto), realizador do filme “Diamantino”, que conquistou o Grande Prémio do Júri da Semana da Crítica, secção paralela do Festival de Cinema de Cannes.

“Quando começámos o filme sabíamos mais ou menos o que queríamos mas depois entra-se num túnel e tudo pode acontecer”, explica o realizador e argumentista que acredita ter assinado uma obra que é tanto emocional como política, numa mistura de ficção científica e comédia romântica em que se fala de clonagem de uma estrela do futebol, de lavagem de dinheiro e de extremismos nacionalistas.

“Eu gosto de fazer paródias”, recorda Gabriel Abrantes, que entre as 23 obras que realizou tem, por exemplo, um trabalho em que faz um pastiche de Luís Vaz de Camões. Em “Diamantino” a escolha de um grande nome do futebol como personagem central (o realizador nunca menciona Cristiano Ronaldo) é “inevitável se  quisermos falar do Portugal de hoje”.

Nascido em Washington em 1984, Gabriel Abrantes tem nacionalidade portuguesa e considera-se parte da diáspora lusa: “essa experiência faz parte da minha identidade”, explica.

Gabriel Abrantes nasceu nos Estados Unidos, tendo feito uma boa parte do o seu percurso como estudante em Washington e Nova Iorque, tendo em seguida frequentado a École nationale supérieure des beaux-arts, em Paris, e o Le Fresnoy Studio national des arts contemporains, em Tourcoing.

“Diamantino” foi realizado por Gabriel Abrantes e pelo norte-americano Daniel Schmidt. É um coprodução entre Portugal, França e Brasil, contando com Carlotto Cotta, Cleo Tavares, Anabela Moreira Margarida Moreira e Manuela Moura Guedes nos principais papéis. O filme foi rodado em 16mm porque os autores queriam dar-lhe um ar “underground” e independente.

O filme de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt foi o escolhido pelo júri presidido pela atriz americana Chloe Sevigny para o galardão máximo da Semana da Crítica que é o “Grande Prémio do Júri”. Nesta secção paralela do Festival de Cannes competia como curta metragem o filme “Amor, Avenidas Novas” de Duarte Coimbra.

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