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Formação à população não pode ser igual em todo o país diz Liga dos Bombeiros

A Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) saudou a aposta do Governo em dar formação em proteção civil à população, desde a escola, mas alertou que não pode ser igual em todo o território do país.

“Tem de se analisar ponto por ponto [de cada território], para [se dar formação sobre] saber o que fazer”, defendeu o presidente da Liga, Jaime Marta Soares, reagindo à Estratégia Nacional de Proteção Civil Preventiva aprovada no sábado pelo Conselho de Ministros extraordinário.

“No fogo de Pedrogão, quem saiu de casa morreu (…) mas nestes últimos incêndios muita gente morreu em casa. Há aqui situações que têm de ser analisadas dentro de um projeto adaptado às situações”, advertiu, mas salientando apoiar inteiramente “tudo o que seja criar uma nova cultura” de defesa das populações.

No entanto, o presidente da Liga não poupou críticas ao Governo: “Sabemos que Portugal não tem uma cultura de defesa nos meios rurais, que devia ter”, afirmou, defendendo que a Proteção Civil “adulterou o que deviam ser” os seus princípios e as suas funções.

“Como, por exemplo, em todas as povoações deste país que foram abandonadas, que ficaram só com pessoas idosas (…) com plantações maciças de espécies que desenvolvem o fogo a uma velocidade extraordinária, já deviam saber como devem fazer a sua defesa”, condenou.

Jaime Marta Soares, lembrando que é a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) que aprova os planos de emergência locais e regionais, advertiu que “alguns” desses planos “são como o Corte Inglês, pronto-a-vestir”.

No sábado, num Conselho de Ministros extraordinário, que durou cerca de 11 horas, o Governo aprovou uma estratégia nacional na qual define como “essencial” aproximar a prevenção e o combate aos incêndios rurais e como “prioritário” reforçar o profissionalismo e capacitação em todo o sistema.

“A Proteção Civil não é só para depois das calamidades. A Proteção Civil tem que começar na informação que é dada desde a escola até cada casa, para que todos possamos estar melhor preparados para nos protegermos dos riscos”, declarou o primeiro-ministro, António Costa, após a reunião extraordinária.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

 

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