A eventualidade deste ano talvez não ganharmos o campeonato mundial de futebol não faz de mim uma pessoa infeliz, apenas, e caso por mérito ou sorte ganharmos, isso me deixará imensamente feliz.
Muitos sinceramente, há sempre a esperança de ganharmos o Euromilhões, o Euro em futebol e a Eurovisão, mas estatisticamente é sempre muito pouco provável.
Quero acrescentar que normalmente sou contra grandes obras como por exemplo o TVG, construção de estádios no Euro 2004, o Metro Mondego e a Expo98. Uma vezes tenho razão, noutras vezes fico muito surpreendido por não ter essa razão. E não a tive na Expo98, que foi uma obra que orgulha quase todos os portugueses, que requalificou toda uma área imensa de Lisboa, e que é útil e certamente rentável.
Eu, como a maioria das pessoas, não ligo puto ao festival da canção e muito menos ao Eurofestival, tendo assumido que nunca Portugal ganharia esse concurso.
Fiquei muito feliz pela vitória dos irmãos Sobral no último ano, e como é óbvio, que também teríamos o próximo concurso em Portugal. Por acaso não temi o pior, acho que somos bons a organizar eventos e temos muito para oferecer, inclusivamente um clima maravilhoso, uma cidade pacífica, e haveria apenas a questão do orçamento, que afinal se revelou minimalista mas até agora tem resultado muito bem porque nada até agora falhou, não envergonhou, bem pelo contrário, deu orgulho.
O orçamento foi, salvo erro, de 20,3 Milhões de Euros, o mais baixo de sempre desde que que há meias finais. Tenho lido algumas pessoas, os refilões do costume, a dizerem que é uma vergonha gastar-se tanto, mesmo sem saberem que 70% de tudo que foi construído, foi graças à tecnologia, ao empenho, ao esforço de empresas e pessoas portuguesas. E vão continuar a lamentarem-se porque desconhecem que a receita cobre 80% do orçamentos, e nem desconfiam o quanto foi importante na economia local com tanta gente vir para cá e a consumirem. Muitos nem acreditam o que este concurso está a ter na notoriedade do país, as dezenas de horas emitidas a falar-se sobre Portugal para um universo de 1.500 Milhões de pessoas, e não é só a falarem sobre o festival, mas também sobre a nossa história, o nosso clima, a nossa segurança, a nossa empatia, os nossos monumentos, a nossa luz do sol, as nossas praias, as ondas da Nazaré, a nossa noite agitada, a nossa tolerância… e isso vale ouro.