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Emigrantes lesados do BES manifestam-se por todo o país

As manifestações do Movimento de Emigrantes Lesados do BES (MEL) vão ser diárias e em diferentes pontos do país. Os manifestantes querem aproveitar o período de férias para fazer valer a sua indignação junto das diferentes dependências do Novo Banco espalhadas pelo país e prometem também marcar presença na manifestação nacional de dia 10 de Agosto.

O movimento quer aproveitar as férias para, de forma pacífica, afirmar a sua oposição à proposta de solução apresentada pelo Novo Banco para as suas aplicações.

Ana Fernandes, emigrante em França, considera inadmissível a solução, pois nunca comprou acções. “Nós nunca comprámos obrigações. Nós assinamos documentos de depósitos a prazo com capital e juro garantido. Não vou agora passar uma procuração ao novo banco para vender as acções e comprar obrigações – que atingem a sua maturidade em 2049, 2050. Penso que nessa altura já não farei parte deste mundo.”

Helena Baptista também é emigrante em França e preparava-se para embarcar para Paris sem o seu problema resolvido, mas com vontade de regressar a qualquer momento. “Admito voltar se for necessário de um momento para o outro.”

“Como há um ditado que diz: ‘perdido por cinco, perdido por 10’, estamos aqui para lutar. Isto não pode parar desta forma. Fomos enganados. Não nos podemos deixar culpar. A luta vai continuar. A nossa agenda prevista para o mês de Agosto vai continuar, mesmo que eles tenham tentado convencer-nos de que não era a melhor opção.”

“A administração do Novo Banco não nos deixou outra forma de resolver as coisas”, sublinha Helena Baptista.

A ideia que prevalece entre os emigrantes é de que foram enganados ao longo dos anos, como adianta Valentim Santos emigrante na Suíça, durante vários anos. “Venho de uma família muito honesta e séria. Claro que fala-se de muito montante, mas graças a Deus ainda como pão, porque infelizmente há muitos camaradas nossos que nem têm pão para meter na mesa.”

O porta-voz do Movimento dos Emigrantes Lesados, Luís Marques diz que o problema afecta cerca de oito mil famílias e envolve mais de 800 milhões de euros.

Luís Marques assegura que o movimento tem feito sucessivos apelos à ordem e à organização de manifestações pacíficas. “O Movimento de Emigrantes Lesados é essencialmente um movimento pacifico.”

“Temos sensibilizado os nossos aderentes para que essa manifestação nunca ultrapasse os limites. Os nossos governantes, o Banco de Portugal, a CMVM têm de ser sensíveis às reivindicações dos emigrantes porque, no dia de hoje, há muitas famílias destruídas. Insisto: não queremos estar a fazer qualquer distúrbio no país ou em qualquer agência.”

Indignados sim, convencidos de que foram lesados, também mas dispostos apenas a protestar de forma pacífica.

Fonte: Rádio Renascença

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