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Eduardo Lourenço homenageado pela Academia Francesa

O ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, assistiu quinta à tarde à cerimónia de entrega de um prémio a Eduardo Lourenço pela Academia Francesa, em Paris, “para mostrar a importância que o Governo português” dá ao filósofo.

“Eu vim para estar com o Eduardo Lourenço, para testemunhar com ele, para acompanhá-lo nesta cerimónia e mostrar também às autoridades francesas e à Academia Francesa a importância que o Governo português dá ao Eduardo Lourenço e o agrado, a satisfação com que vemos este gesto da parte da Academia Francesa”, disse o ministro à Lusa, no final da cerimónia.

Luís Filipe de Castro Mendes salientou que “é muito importante ver reconhecida pela Academia Francesa a importância cultural do Eduardo Lourenço” que descreveu como “um pensador reconhecido internacionalmente”.

“Esta distinção que a Academia Francesa lhe concedeu mostra bem como a receção dele em França foi importante, profunda e o pensamento dele se inseriu na grande corrente do pensamento mundial”, referiu.

O titular da pasta da Cultura considerou, ainda, tratar-se de uma homenagem “ao pensamento de Eduardo Lourenço em primeiro lugar, a um pensador português e a alguém que pensou profundamente a condição portuguesa e a condição de Portugal na Europa”, nomeadamente, “o seu sentido, a sua crise e a sua esperança”.

A Academia Francesa distinguiu Eduardo Lourenço com o Prémio de Divulgação da Língua e Literatura Francesas porque o filósofo português “escreveu uma parte da sua obra em francês” e “considerou sempre a França como a sua segunda pátria”, declarou, em discurso durante a cerimónia, Danielle Sallenave, diretora em exercício da instituição.

Na histórica sala da Academia Francesa, o anfiteatro coberto por uma monumental abóbada recebeu as dezenas de laureados dos diferentes prémios e várias personalidades, como o ministro da cultura, o embaixador de Portugal em Paris, José Filipe Morais Cabral, o conselheiro cultural da Embaixada, João Pinharanda, e o diretor do Théâtre de la Ville, o franco-português Emmanuel Demarcy-Mota.

O também dramaturgo e detentor do grau de Cavaleiro da Legião de Honra francesa salientou que o prémio “é fundamental porque Eduardo Lourenço representa esta ligação profunda entre a literatura e a filosofia entre os dois países”.

“Eduardo Lourenço faz parte da história portuguesa ligada com a grande cultura francesa. Ele é uma das pontes entre os dois países ao nível do pensamento, do pensamento crítico. Ele conhece perfeitamente os autores franceses, os autores portugueses e não só. A França reconhecer o Eduardo Lourenço hoje é fundamental. Para Portugal, é ótimo haver esta ligação com a Académie Française, que é uma grande instituição francesa”, declarou Emmanuel Demarcy-Mota à Lusa.

O Prémio de Divulgação da Língua e Literatura Francesas, atribuído a Eduardo Lourenço, é destinado a personalidades francesas ou estrangeiras que tenham prestado serviços excecionais à divulgação da língua e da literatura francesa, tendo também sido atribuído ao investigador suíço de literatura Jean Paul Barbier-Mueller, à Alliance Française em Abu Dabi, à historiadora de arte italiana Elena Fumagalli e à produtora libanesa do programa televisivo “Espaço Francófono” Mona Makki-Gallet.

Nesta sessão anual da Academia, foram distinguidas, no total, 69 pessoas, com diferentes prémios, sobretudo na área da literatura, mas também foram agraciados o cantor belga Stromae, a cineasta franco-luxemburguesa Anne Fontaine e o cantor francês Jean-Jacques Goldman.

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