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É sempre assim

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O socialismo é despesa garantida; vive com o dinheiro dos outros e gasta-o em abundância. A questão atual está em saber como conciliará todas as reivindicações corporativas, com tempos de contingências financeiras que persistem, sabendo-se que à Esquerda prevalece a conversa eleitoralista, a pensar exclusivamente nas urnas em 2019.

A ascensão ao poder dos socialistas obedece invariavelmente a um padrão que, paradoxalmente, aproveita ao prevaricador orçamental. Vencem prometendo o que não podem cumprir, governam gastando o que o país não tem como pagar e mais tarde, na Oposição, criticam quem seja onerado com as faturas pelas medidas necessariamente impopulares a que eles, socialistas, deram causa, argumentando cinicamente que são escolhas dos outros, como se não tivessem tido nada que ver com o assunto e algum político no seu bom juízo quisesse penalizar quem vota.

Traduzido num exemplo: com o país asfixiado pelos encargos absurdos de PPP, estudos de novos aeroportos e TGV, autoestradas e outras infraestruturas – Portugal é um dos países do Mundo com maior índice de autoestradas por metro quadrado – aqueles que hoje governam, rigorosamente, prometeram até 2011 mais do mesmo. Recordamos certamente a terceira autoestrada no sentido Norte/Sul, a acrescentar às duas existentes que correm paralelas e em muitos pontos à vista. Previsivelmente, rebentaram com as contas públicas. Coube ao PSD e ao CDS executar o violento programa de ajustamento que, à falta de crédito nos mercados, Pedro Silva Pereira negociou em Bruxelas. Apesar disso, sentados nos bancos da Oposição, os socialistas contestaram depois a austeridade que trouxeram, argumentando que o caminho deveria ter sido outro. E de volta ao poder, três anos apenas após a saída da troika, já garantem que Portugal é o campeão do crescimento, a dívida é um pormenor, tudo de bom se lhes deve – entre 2011 e 2015 nada aconteceu – e no gastar é que está novamente o ganho.

Sequestrado pelo PCP e o BE, para governar sozinho tendo perdido eleições, o PS está refém de todas as reivindicações. Com os professores, António Costa assumiu mais de 600 milhões de euros de despesa. Mas o princípio geral aceite tem de valer para médicos, enfermeiros, juízes, polícias e militares, até porque muitas das reivindicações são justas. Têm é de poder ser pagas.

O presidente da República avisa que “é uma ilusão achar que podemos voltar ao ponto antes da crise”. Sucede que à Esquerda isso nunca importou nada. Por uma vez, deveriam ser obrigados a resolver o problema sozinhos.

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