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Discurso de Paulo Pisco no congresso do PS suíço

Caros Amigos e Camaradas,

Cara Corine Mercier,

É para mim uma grande honra e satisfação poder dirigir-vos algumas palavras neste congresso e, desde já, enviar-vos uma saudação especial do nosso Secretário-Geral, António Costa, também candidato a primeiro-Ministro nas próximas eleições legislativas de 4 de Outubro.

A minha intervenção neste congresso está bem no espírito do socialismo democrático e do internacionalismo que lhe é inerente.

Os socialistas tiveram um percurso notável na conquista de direitos e no desenvolvimento económico e social das nações. Só podemos ter orgulho na nossa história e no nosso legado.

Para os socialistas, é acima de tudo o ser humano que importa. São os valores da solidariedade, da justiça social, do emprego e do emprego decente, da redistribuição da riqueza, do respeito pelos outros e das instituições, é o respeito pelos direitos fundamentais que interessa.

Os partidos socialistas e os seus valores humanistas não foram postos fora de moda pelo capitalismo. Pelo contrário, são indispensáveis cada vez mais, para a sustentabilidade das nossas democracias.

Mas nos últimos tempos uma sucessão muito rápida de crises tem vindo a pôr em causa estes valores. As democracias, as conquistas sociais e a coesão entre os povos têm vindo a ser postos em causa.

E como consequência destas crises e do seu impacto negativo nas sociedades, os populismos e os extremismos têm vindo perigosamente a ganhar terreno.

A incorretamente chamada crise das dívidas soberanas (porque na realidade se trata de uma crise provocada pela falta de liquidez dos bancos como consequência de um capitalismo selvagem), a crise grega e a crise da imigração, aí estão para o demonstrar da maneira mais dramática.

Hoje temos uma Europa mais dividida, mais egoísta, mais longe dos valores do humanismo e da solidariedade. É preciso inverter este caminho perigoso e regressar aos valores fundamentais do socialismo democrático para salvar a Europa, os direitos das pessoas e as conquistas sociais e pôr fim à tensão e aos conflitos que hoje existem no mundo.

Queria terminar com algumas palavras sobre a comunidade portuguesa na Suíça e particularmente aqui no cantão de Neuchatel.

A Suíça é um país de acolhimento generoso que tem necessidade dos trabalhadores de outros países. Com uma população de cerca de 8 milhões de suíços, há cerca de 1,3 milhões de estrangeiros, entre os quais cerca de 250.000 portugueses.

Eu sei muito bem que os portugueses são bem-vindos e se sentem bem na Suíça. E aqui em Neuchatel há cerca de 14.000 portugueses. Os portugueses aqui constituem, portanto, uma força considerável em termos sociais, económicos e políticos.

E no cantão de Neuchatel existe um poderoso instrumento de integração que é a possibilidade de votar a nível municipal e cantonal e de eleger e também de ser eleito.

E é precisamente neste domínio que é preciso trabalhar arduamente para sensibilizar os portugueses que vivem e trabalham no cantão e que têm o dever de participar e de se envolver cívica e politicamente.

E os portugueses precisam de compreender que este envolvimento é fundamental para melhorarem o seu reconhecimento como comunidade, o seu estatuto social e as suas oportunidades.

Da nossa parte, quer dizer, dos agentes políticos e das autoridades consulares, fazemos tudo o que podemos para que estes objetivos sejam atingidos.

Mas considero também que este é o nosso trabalho comum em benefícios de todos.

Obrigado e bom congresso.

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Congresso do PS Suíço/Neuchatel

Fleurier, 28 de Agosto

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