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Diabo à solta e à vontade por esconder os chifres

O povo português é demasiado rico! Por isso, segundo o Expresso , o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, quer mais dinheiro para os deputados e para outros políticos. Pretende também a reposição de um regime de apoios financeiros a ex-deputados e a ex-governantes.

A lei das subvenções vitalícias alterada em 2005 (sob a pressão de Bruxelas) fez com que só as pessoas que até esse ano tivessem completado 12 anos de exercício de cargos políticos continuassem a ter direito a um subsídio vitalício. Ferro Rodrigues, ao dizer que “os ordenados que os deputados recebem são maiores que os de muitos portugueses mas inferiores aos de deputados de outros países da Europa com praticamente o mesmo nível de desenvolvimento”, e que “os políticos não podem ser colocados perante a ideia de que é mau haver subvenções vitalícias, é mau sair para uma empresa privada, e é tudo mau”, esquece-se de qualquer ética e de comparar o ordenado mínimo, o ordenado normal de um trabalhador e a produtividade económica desses países.

O governo geringonça revela-se cada vez mais em pai natal dos seus confrades: pai natal dos funcionários do Estado reduzindo-lhes o horário de trabalho semanal para 35 horas; pai natal dos administradores com salários milionários, pai natal de políticos com subvenções vitalícias, tudo isto num país em que o ministro das Finanças consegue apresentar o relatório de um Orçamento 2017 a ser discutido mas sem números. Temos uma Geringonça que, ao contrário do Zé do Telhado, rouba aos pobres para dar aos seus.

Como pode a nossa firma portuguesa (governo e parlamento) aumentar os vencimentos aos seus protegidos encontrando-se o país empenhadíssimo devido à incompetência destes e com tanta gente com ordenados que não dão para viver com dignidade humana e obriga muita outra que a emigrar? Servem-se do dinheiro não produzido mas emprestado pelo estrangeiro e depois andam sempre de calças na mão na altura de fazerem os orçamentos sob os olhares de Bruxelas! Porque não lhes interessa pôr a economia do país em ordem? Assim têm maior chances de serem eleitos porque um povo descontente não olha para a realidade deixando-se levar pela conversa dos oportunistas de ocasião.

A comparação dos ordenados com colegas de outros parlamentos revela-se numa enganosa tautologia. Tem-se a impressão que o diabo anda à solta porque em democracia deixou de ter cornos! A democracia cada vez se torna mais presa de chifrudos anónimos à frente de interesses corporativistas a actuar nas costas da população. Os ventos que correm só favorecem o oportunismo instalado. Não é fácil assumir o papel de crítico numa sociedade que se deseja unida e numa população que não sabe o que é ser povo nem o que quer! A situação torna-se desesperada porque em Portugal as revoluções são abafadas pelo povo através do seu aplauso a quem as faz e abusa delas!

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