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Dia um de Maio

Há coisas contra as quais não vale a pena lutar, existem outras coisas que talvez mereçam alguma luta, e finalmente existem outras que é uma questão de atitude.

E eu, por uma questão de atitude e princípios, não efectuo compras no dia 1 de Maio. Posso comprar um jornal, tomar um café, posso até recorrer em caso de emergência a uma farmácia de serviço, mas não entro numa loja para comprar roupa ou brinquedos, e muito menos vou a um hipermercado!

Claro que terão de existir serviços mínimos para esses dias, claro que estamos habituados a que cafés, tabacarias, restaurantes e alguns museus estarem abertos nesse dia, mas de resto eu acho que deveria estar tudo fechado. Como é evidente, hotéis, serviços de segurança e hospitais também deverão estar abertos nesse dia e em qualquer outro dia do ano.

Muito sinceramente, não acho que a liberalização do trabalho aos feriados e domingos seja um avanço civilizacional, e com está provado pelos índices de crescimento em Portugal, também não trouxe progresso civilizacional, aliás, trouxe imensas chatices para tão pouco benefício, a justificação do “dá-me jeito”.

Dá jeito à professora ou ao juiz que o Continente esteja aberto ao Domingo, mas ao funcionário do Continente também daria jeito que a escola estivesse aberta a um Domingo, porque como tem folga na terça-feira, poderia passar esse dia com os filhos.

A mim, muito sinceramente, também daria jeito que os serviços públicos estivesse abertos ao Domingo, e até à meia noite para um tipo ir lá tratar de assuntos quando tivesse disponibilidade e isso pode acontecer a um feriado ou um domingo muito à noite.

Eu não sei se vocês acham que aumenta a qualidade de vida familiar o marido folgar à sexta e terça feira, a mulher às segundas e quintas, e os putos sem aulas ao sábado e ao domingo! Por outro lado, dá imenso jeito que algumas pessoas tenham que ter uma vida familiar bastante amputada na qualidade porque existem pessoas que ao domingo estão “à rasquinha para comprarem batatas e esfregões”.

Já repararam que nem sequer a liberalização de horários de trabalho aumentou a taxa de emprego? Nem isso se conseguiu, apenas se alcançou o objectivo de podermos comprar batatas a qualquer hora de um Domingo, mas isso não teve qualquer impacto significativo na economia!

É muito difícil combater o argumento do “dá jeito” mas não tenho necessariamente de alinhar com ele, e enquanto posso comer arroz porque me esqueci de comprar batatas a um sábado, é o menor dos males, convivo bem com isso.

Mas quando já não valer a pena lutar contra essas coisas, então é bom que escolas, creches, universidades, companhias de seguros, tribunais, serviços públicos, bancos, também estejam abertos aos sábados, feriados e domingos porque vai dar “muito jeito”, é que o sol quando nasce aos domingos e feriados, também deve ser para todos.

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