Tim – Desculpem lá pedir isto mas tem mesmo de ser…
Pais – …?
Tim – Eu sei que isto é uma seca mas…
Pais – …?
Tim – Têm mesmo de vir à minha festa de fim d’ano este ano…
Pais – (desvalorizando o sacrifício de 5 horas, yes, 5 horas de auditório exponor com exibições do pré- primário ao 9º ano por ordem ascendente – deuses e mais deuses! ao módico preço de €10 por pessoa) Ah e tal, mas vamos mesmo e já tínhamos prometido, este é o último ano e já tínhamos prometido não faltar e tal… (pais empenhados no reforço positivo da prole)
Tim – Este ano vamos fazer uma peça e é uma seca e é uma porcaria e não tem piada nenhuma… é uma recriaçao de “A cidade e as serras” do Eça.
Mãe (dando uma de esperta cos copos, rindo alarvemente na cozinha) – A sério?! E TU VAIS SER o Jacinto!!! Ah!Ah!Ah!
Tim – Vou.
Mãe (incrédula e porque anda a ler a coisada da obra oferecida pela escola no Natal e com dedicatória à prole, terceira leitura, primeira depois do cinquentenário e primeira com tempo, muito tempo e muito gozo, como os torrões de açúcar e o absinto, dizem) (em tom esganiçado e recuperando do choque) – Vais ser o Jacinto?! A sério?!
Prole Tim (em tom humilde e simples) – Sim.
Mãe (reforçando o reforço positivo) – Mas isso é bestial!!! Mas eu estava a brincar e vais mesmo!!! Não faltava por nada! E vou fazer uma reportagem fotográfica e vai sair no jornal da terra (a sério). E já agora aqui vão as minhas dicas de leitura para a interpretação da personagem. e blá blá blá (a atenção da prole a mudar logo para os AC/DC e demais adrenalinas).
FIM e baba