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Conselheira na Austrália pede participação dos portugueses no recenseamento

A conselheira das comunidades portuguesas pelo círculo da Austrália e Nova Zelândia apelou à participação dos falantes de português no censo australiano de 9 de agosto, essencial para garantir mais serviços para a comunidade.

“É a maior recolha de estatísticas da Austrália e é extremamente importante. A informação recolhida ajuda o Governo australiano a decidir os fundos e serviços que vão existir, inclusive no apoio às organizações comunitárias”, explicou Silvia Renda, em declarações à Lusa.

“Quanto mais pessoas indicarem no censo que falam português, além do inglês, mais valor tem a comunidade e isso traduz-se em mais apoio para tradutores e intérpretes e outros serviços essenciais”, explicou.

Ainda que globalmente o português seja a 5.ª ou 6.ª língua mais falada, na Austrália – e apesar de relatos de chegadas de mais portugueses e brasileiros ao país – é a 34.ª, com apenas 33 mil pessoas, segundo o último censo de 2011, a indicarem que em casa falam português como segunda língua.

“Por isso, o Conselho das Comunidades Portuguesas da Austrália está neste momento a realizar uma campanha junto da nossa comunidade para a alertar para a importância e o impacto do Censo, sobre o qual nem todos têm conhecimento”, sublinhou.

“E aqui trata-se não apenas dos portugueses mas de todos os lusófonos. Há muitos outros falantes de português na Austrália além dos portugueses”, explicou.

Contabilizar com exatidão quantos lusófonos vivem na Austrália é difícil, já que, além do censo, o único outro registo – que pode não estar atualizado nem ser exaustivo – é o de registos nos consulados.

No caso português, explicou Sílvia Renda, há registo de cerca de 60 mil portugueses a resistir na Austrália o que, sublinhou, mesmo não sendo exaustivo, “é maior do que os 33 mil que se registaram como falantes de português”.

E o impacto dos dados do censo sentem-se em vários aspetos da vida das comunidades, explica, dando como exemplo o facto de o Conselho das Comunidades, em coordenação com os responsáveis do ensino do português na Austrália, estarem, há algum tempo, a querer doar uma coleção de livros em português.

“Já fizemos 20 contactos com várias entidades e o interesse é pouco porque a dimensão da comunidade e do português é considerada reduzida”, explicou.

O mesmo acontece na rádio pública multilingue SBS Rádio que em virtude do censo de 2011 viu reduzidas as horas de programação em português e a eliminação de um dos dois centros de produção em português que tinha, no caso o de Melbourne.

“Estamos a perder oportunidades e a perder direitos. Por isso é tão importante que todos detalhem que falam português além do inglês”, disse.

No caso da língua, a pergunta relevante é a que questiona os participantes sobre se “fala outra língua além do inglês em casa”, com os resultados a terem um amplo impacto do desenho de todos os serviços para as comunidades imigrantes no país

Este ano, o censo contabilizará cerca de 10 milhões de lares e cerca de 24 milhões de pessoas, sendo o de maior dimensão dos 100 anos de vida desta contabilidade estatística.

Será também o primeiro predominantemente eletrónico com as famílias a receber, a 01 de agosto, uma carta com um login eletrónico que devem usar para completar o censo online ou solicitar uma versão em papel.

Os primeiros resultados do censo deverão ser conhecidos em meados de 2017.

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