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Conhece os bolos Dona Amélia?

Esta especialidade foi feita pela primeira vez na ilha Terceira, aquando da visita régia a esta ilha, de D. Carlos e D. Amélia, em 1901, aos Açores.

Nunca um monarca português, estivera aos Açores em visita oficial, mas por influência do primeiro-ministro de então Hintz Ribeiro, de origem açoriano, empreenderam esta viagem no iate Amélia V que se podia considerar um hotel de luxo.

Havia que presentear a rainha com algo mui especial, capaz de a impressionar… Talvez um doce com paladar exótico? Um aroma deliciosamente estranho e sedutor?

“Nas casas abastadas de Angra do Heroísmo, abundavam as especiarias, que na época da rota das Índias nos habituamos a consumir, assim como o mel de cana, deixado por troca comercial, vindo do Brasil”, explicou ao BOM DIA Ana Maria P.P. da Costa (na foto), atual proprietária da pastelaria O Forno. Com mais alguns ingredientes oriundos da ilha, umas mãos feminis, sábias e ternurentas, engendraram uns bolinhos de textura melada, com aspeto simples e requintado paladar, que fizeram as delícias da rainha. De tal modo, que a partir de então, e em sua honra, passaram a chamar-se bolos Dona Amélia.

“Fazem parte do nosso património gastronómico e são um ex libris da doçaria terceirense, que devemos preservar”, defende Ana Maria Costa.

E atualmente para provar os Dona Amélia há que ir à pastelaria O Forno que, segundo a revista Evasões é onde se produzem os melhores doces regionais D. Amélia e bolos com ar de revista. Também no Jornal de Noticias, o chefe Hélio Loureiro falou dos famosos pasteis D. Amélia, de como a monarca se deixou encantar pelo povo, que lhe retribuiu, dando o seu nome aos famosos bolos.

Além disso, os Dona Amélia fizeram parte das especialidades de doçaria na eleição das 7 maravilhas gastronómicas de Portugal e são “habitués” de feiras, eventos e congressos, tendo estado no Primeiro Encontro Intercalar de Investidores da Diáspora que teve lugar na Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores.

“Graças aos turistas e à diáspora portuguesa estes bolos correm o mundo!”, disse ao BOM DIA Ana Maria P.P. da Costa: “parece que fazem a viagem contrária aos ingredientes que os compõem, à procura das suas origens, mas para nós, terceirenses, são a mais doce recordação da visita régia em julho de 1901”.

Ana Maria P.P. da Costa é quem atualmente promove com mais afinco os bolos Dona Amélia e confessa que “de bom grado, entusiasmamos alguém a levá-los além-mar, com a certeza que, minimizarão as negras saudades dos nossos emigrantes e fazemos votos que sejam portadores de uma pequenina lição histórica da nossa cultura terceirense e açoriana”.

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