Semanalmente chegam-me ao consultório casais sem faísca.
E uma das primeiras perguntas que lhes coloco com a ajuda do meu esboço favorito é: o vosso objectivo é ficar junto ou separado?
Em 99,99% dos casos, é ficar junto. Alguns até nem percebem a minha pergunta pois já estão ali para eu acender a faísca.
Costumo brincar com eles de que ao contrário do ditado português “Entre marido e mulher não se mete a colher”, eu vou meter algumas colheradas.
Começamos a trabalhar juntos semana após semana, e é espantosa a velocidade e intensidade a que a relação e comunicação entre os dois cresce.
Eis aqui alguns excertos desse trabalho:
“Missão de espalhar e partilhar o tesouro que pouco a pouco, passo a passo, se construiu.”
“Medo de andar em terra desconhecida mas oportunidade para tirar o tapete e experimentar coisas novas. Caso para dizer, vão indo e vão vendo.”
“Estão a dar o máximo? Então não se preocupem, ocupem-se com o aqui e agora: quem, onde, como, para quê, porquê, o quê?”
“Como olham um para o outro? O que vêem um no outro? Algo de grandioso e divertido?”
“Como se ouvem mutuamente? O que e como escutam? Activamente, sem comentários nem críticas?”
“Como é que os outros vos vêem? Qual a vossa identidade de casal?”