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Colômbia pode ser alternativa à Venezuela, diz embaixador

A comunidade portuguesa na Colômbia, apesar de ainda pequena, tem crescido devido às oportunidades de negócios ou por ser uma opção à Venezuela, devido à crise política e económica no país vizinho.

Atualmente, há 800 portugueses registados na embaixada em Bogotá, segundo o embaixador João Ribeiro de Almeida, e 32 empresas nacionais com escritório no país. Há dez anos, a comunidade não chegava a 300 membros.

“A Colômbia atrai por ser uma economia aberta, que protege o investimento estrangeiro. Não há grande dificuldade no idioma, e há oportunidades de negócio”, afirmou o embaixador.

O engenheiro mecânico Daniel Jorge da Costa Pereira Rodrigues, 42 anos, de Viseu, mora há um ano na cidade de Medellín, onde se estabeleceu para expandir o seu negócio de comércio de materiais de aço.

“A economia tem crescido na Colômbia de forma razoável, e vai continuar a crescer, então, é um mercado interessante”, afirmou o empresário, cuja empresa tem sede em Portugal e uma delegação em Manaus, no Brasil.

Pereira Rodrigues realçou que não teve receio do conflito entre o Governo colombiano e as guerrilhas porque atualmente “os problemas estão em zonas afastadas dos centros urbanos” e afirmou que Medellín é uma cidade de fácil adaptação.

A administradora e empresária Mecia Conceição Silva Gonçalves, 44 anos, da Madeira, também vive em Medellín, desde novembro do ano passado. Residente na Venezuela desde a infância, decidiu sair do país e migrar para o país vizinho devido à crise política e económica, que atingiu o seu negócio.

“Há perigo de roubo, de assalto aos comércios. Como as coisas estão a piorar, vim com o marido venezuelano, a mãe e com os filhos [gémeos de sete anos]. Foi muito triste, deixámos tudo lá, casa, carro, e todo o resto da família”, afirmou a administradora, que trabalha na distribuição de produtos de medicina alternativa e natural.

A mãe de Silva Gonçalves, atualmente com 73 anos, mudou-se da ilha da Madeira para Caracas com os filhos ainda pequenos, para se aproximar de familiares que havia migrado antes. Dez anos depois, a família estabeleceu-se em Maracay, onde permaneceu até 2015. “Gosto muito de Medellín, é mais tranquilo, mais seguro. Mesmo que a Venezuela melhore, não quero voltar. Se tivermos dificuldades aqui, vamos para Portugal, para a Madeira, mas não para a Venezuela”, afirmou Mecia.

Entre os nacionais portugueses que vivem na Colômbia também estão os descendentes de uma migração mais antiga, dos avós, mas que tentam manter as suas raízes. É o caso da consultora de investimentos Raquel Noelia Roldán Carvalho, 37 anos, nascida na Argentina e que atualmente vive em Medellín, por questões de trabalho.

“A minha avó cantava fado o tempo todo, e ensinou-me o costume de trabalhar a terra. Ela fazia pão, vinho e doces, e construiu a sua quinta muito parecida à que tinha em Portugal”, afirmou a consultora, cujos avós nasceram na região do Algarve. Raquel Noelia aprendeu a falar português no Brasil, e chegou a viajar para Portugal, onde conheceu a antiga casa da avó.

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