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Coleção portuguesa de Miró viaja até Barcelona

O comissário da exposição da Coleção Miró, Robert Lubar Messeri, revelou que a Fundação em nome do artista, em Barcelona, vai realizar uma grande exposição, na qual serão incluídas obras da coleção portuguesa.

O responsável falava aos jornalistas durante uma visita guiada à imprensa à exposição da coleção proveniente de Serralves, no Porto, e que é exposta pela primeira vez na totalidade, no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

Messeri, especialista mundial na obra do artista catalão Joan Miró e membro do conselho de curadores da Fundação Miró de Barcelona, indicou que essa grande exposição deverá realizar-se dentro de quatro anos, com peças provenientes de várias coleções.

A coleção portuguesa, com 85 peças, que já foi exibida no Porto, onde ficou instalada em permanência, será mostrada a partir de hoje no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, onde ficará até 08 de janeiro.

Questionada pela Lusa, no final da conferência de imprensa, sobre a importância da vinda da coleção a Lisboa, a diretora-geral do Património Cultural, Paula Silva, sublinhou a presença do acervo na capital, “na linha das várias exposições de grande qualidade que têm sido realizadas para captar e fidelizar novos públicos”.

“Os números de visitantes estão a subir de forma significativa, e não é apenas devido aos turistas estrangeiros, de quem tanto de fala, mas também dos portugueses”, vincou.

Recordou que, de 2015 para 2016, os visitantes de museus, palácios e monumentos subiram de quatro milhões para 4,7 milhões, “e no primeiro semestre deste ano já se verificou um aumento de dez por cento”.

Questionada sobre as expectativas de visitantes para a mostra de Miró, a responsável disse que são elevadas, devido aos números verificados no Porto, onde foram mostradas com menos sete peças, por falta de espaço.

Intitulada “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose”, esta exposição foi apresentada pela primeira vez na Casa de Serralves, no Porto, de outubro de 2016 e junho deste ano, onde recebeu um total de 240.048 visitantes, segundo a DGPC e a Fundação de Serralves.

A coleção abarca um período de seis décadas da carreira de Joan Miró (1893-1983), de 1924 a 1981, debruçando-se de forma particular sobre a transformação das linguagens pictóricas que o artista catalão começou a desenvolver nos anos 20 do século passado.

São abordadas as suas metamorfoses artísticas nos campos do desenho, pintura, colagem e trabalhos em tapeçaria, observando-se em detalhe o pensamento visual de Miró, o modo como trabalhava, e os processos de elaboração das obras.

A Galeria D. Luís I, no Palácio Nacional da Ajuda, receberá a coleção completa, entre as quais seis pinturas da conhecida série sobre masonite de 1936, seis tapeçarias de 1972 e 1973, e uma das telas queimadas, de uma série de cinco, criada para a grande retrospetiva de Miró no Grand Palais de Paris, em 1974.

No final de setembro do ano passado, a Câmara Municipal do Porto anunciou que aquela coleção de arte iria permanecer na Casa de Serralves, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter revelado que o seu destino permanente seria cidade do Porto.

A coleção de Joan Miró, que ficou na posse do Estado Português após a nacionalização do antigo BPN, em 2008, reúne 85 obras, datadas entre 1924 e 1981, nas quais se encontram desenhos e outras obras sobre papel, pinturas com suportes distintos, além de seis tapeçarias de 1973, uma escultura, colagens, uma obra da série “Telas queimadas”, e várias pinturas murais.

Em março deste ano, o Governo anunciou que tinha chegado a acordo com a leiloeira Christie`s para revogar o contrato de venda em leilão da coleção Joan Miró, cujo valor a obter deveria servir para a abater parte dos créditos do banco.

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