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Casamento de amor

Apesar de ser filho de humildes camponeses, e ter estudado: primeiro, auxiliado pela Igreja; depois, à sua custa, Salazar nutria certa simpatia pelo regime monárquico – talvez, considerasse que era o único que garantia a unidade e a felicidade do povo.

Essa inclinação nunca o levou, ao invés do Generalíssimo Franco, a implantar, no seu país, a monarquia, preferindo a república.

Chegou-me, às mãos, curioso artigo de: Manuel Viterbo, publicado no “ Jornal de Abrantes” – 8/10/94 –; na época, sob a direção do meu amigo e grande jornalista Fernando Martins Velez, que relata, pormenorizadamente, como se realizou o casamento do Senhor Dom Duarte Nuno, com sua prima, a Senhora Dona Maria Francisca de Orleães e Bragança (Alteza Real e Imperial; Princesa do Brasil; e após o casamento: Duquesa de Bragança.)

Conhecedor, que o Senhor Dom Duarte, apesar da idade, ainda não se casara – nesse tempo contraia-se matrimónio, em regra, antes dos trinta anos, – Salazar resolveu chamar o “ Conselho de Nobreza”, para perguntar, se o Príncipe herdeiro pretendia casar brevemente, visto ser sua intenção levantar a Lei do Banimento, à Família Real.

Como lhe disseram que entre as princesas europeias, nenhuma despertara o seu interesse, o Presidente do Conselho sugeriu a ida ao Brasil, onde havia princesa em idade de casar.

A sugestão foi aceite.

Em Maio de 1942, Dom Duarte Nuno – depois de ter sido recebido pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, – seguiu rumo ao Rio de Janeiro, acompanhado pela: Infanta Dona Filipa, Conde de Almada, João Amaral, Conde de Castro e Marquês de Abrantes, com destino a Petrópolis, onde residia a Senhora Dona Isabel de Orleães e Bragança e seus filhos: Teresa, Maria Francisca, João e Pedro.

Uma vez em Petrópolis, o Senhor Dom Duarte Nuno, em lugar de se deixar encantar pela princesa mais velha, como era esperado, afeiçoou-se, pela mais nova; e tão enamorados ficaram, que resolveram casar decorridos seis meses.

Matrimoniaram-se na Catedral de Petrópolis. Foram padrinhos: o Príncipe Dom João de Espanha, representado pelo Conde de Almada e pelo Conde de Castro, a Rainha Dona Amélia, e o Conde de Paris.

Presentes, entre outros, na cerimónia religiosa, estiveram: o Núncio Apostólico, os Prefeitos do Rio de Janeiro e de Petrópolis; a mulher do Presidente da República do Brasil, o embaixador de Portugal, o Conde da Covilhã, o Marquês de Pombal e o Barão de Saavedra; vários ministros do governo brasileiro, e muito povo.

Os recém-casados – depois de terem vivido na Suíça, – vieram para Portugal, passando a residir (1953), na Quinta da Madalena, gentilmente cedida pelo Dr. Júlio Calheiros.

Rapidamente, o régio casal. Granjeou a simpatia de todos, tornando-se muito queridos da população gaiense.

Contribuiu, para isso, a afabilidade com que recebiam todos que deles se abeiravam, e o interesse que mostravam, pelos problemas daqueles que lhes solicitavam auxílio.

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