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Cartas de amor em vias de extinção

As velhinhas ‘cartas de amor’ diminuíram de circulação nos últimos anos e obrigaram os CTT a adaptar-se aos novos tempos com uma aposta no ‘comércio eletrónico’.

Em declarações à agência Lusa, o diretor de marca e comunicação dos CTT, Miguel Salema Garção, explicou que os últimos dados revelam que entre 2010 e 2012 houve uma quebra acentuada no tráfego de correio endereçado, apesar de em 2013 e 2014 esta ter sido mais reduzida.

No entanto, o fenómeno da diminuição da troca de cartas entre particulares já não é novo, tendo sofrido o primeiro impacto com a utilização do telemóvel e dos sms.

Posteriormente, a internet acentuou essa quebra com as redes sociais a ganharem terreno às cartas que contavam novidades.

Miguel Salema Garção reconheceu que, sendo os CTT – Correios de Portugal uma empresa com quase 500 anos de história, teve de se ir adaptando ao mercado ao longo dos tempos e encontrou nas dificuldades um conjunto de oportunidades, nomeadamente uma aposta no ‘e-comerce’ (comércio eletrónico).

“Neste momento, caminhamos para uma estabilização. Na componente do digital, os CTT encontraram uma oportunidade que contribuiu para o desenvolvimento do serviço expresso, através daquilo que se chama ‘e-comerce’: as pessoas fazem compras na internet mas depois é preciso alguém que as entregue ao destinatário ou a quem compra”, referiu, na véspera das comemorações do Dia Mundial dos Correios.

Desta forma, os Correios de Portugal viram uma oportunidade de mercado para crescerem, sendo já líderes em Portugal na componente expresso encomendas, com um aumento de 3% no primeiro semestre de 2015 e um tráfego de 7,0 milhões de objetos (+4% que no período homólogo do ano anterior).

No final do primeiro semestre de 2015 procedeu-se ao alargamento dos pontos de acesso CTT em território nacional destinados à entrega e levantamento das encomendas, para mais de 1.000, permitindo uma maior cobertura e conveniência para quem compra e vende ‘online’.

Miguel Salema Garção adiantou que o período natalício é, por natureza, o de maior circulação do correio endereçado, através dos cartões de boas festas, que ainda são muito utilizados pelos portugueses, sendo que o número de encomendas também é maior.

No entanto, o responsável reconheceu que 97% do correio é empresarial e apenas 3% individual de famílias.

Foi para combater esta tendência de desaparecimento das cartas pessoais e postais nas caixas de correio que Catarina Filipe se lembrou de lançar a Campanha contra a Solidão e Depressão das Caixas do Correio para combater o que a própria chama de ‘bullying das contas para pagar’.

A jovem de Lisboa juntou um grupo de amigos com os quais troca postais sem qualquer data especial pelo meio, lembrando um pouco o que se passava na década de 1980/90 com os chamados “penfriends” com quem se trocava correspondência pelo mundo fora.

“Gosto de ser surpreendida com um postal, por entre as contas para pagar, mas acho que, mesmo assim, surpreendo mais do que sou surpreendida”, disse Catarina Filipe, que se lembra de enviar postais e cartas desde sempre, muito antes da era digital.

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