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Audácia

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Chamo-me Cláudia Martins, tenho 28 anos, sou natural da Vila das Lajes e sou candidata pelo PSD a Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, sem medos.

Desde que aceitei este desafio, a minha primeira prioridade foi rodear-me de pessoas competentes nas diversas áreas. Quero uma equipa jovem, alicerçada na experiência e no saber dos mais velhos. Entre várias abordagens, é o feedback que tenho recebido dos mais novos o motivo deste texto. Muitos se identificam com o projeto que pretendo desenvolver para a Praia, entusiasmam-se, querem dar o seu contributo, mas muitos me pedem alguma reserva, porque têm medo, medo de represálias. Medo de represálias?! Mas represálias de quem?! De quê?! Querer contribuir ativamente para a evolução e crescimento do seu concelho é motivo para se sofrer represálias? De que nos servem grandes campanhas de empreendedorismo, se aos nossos jovens lhes foram tiradas as bases para se ser empreendedor – a liberdade de pensar, propor e a coragem de arriscar diferente.

Mesmo com estes constrangimentos, a minha equipa “soma e segue”, com o contributo dos que preferem trabalhar em sigilo e dos que, sem medos, dão a cara. Reconheço-lhes a todos, de igual forma, audácia. Essa atitude afoita, que no meu entender, devia ser mais trabalhada de raíz. As famílias desempenham um papel fundamental, pois são elas que, muitas vezes, julgando estarem a fazer o melhor, com um “dá graças a Deus que tens esse trabalhinho” incentivam os seus jovens a contentarem-se.

Sei que somos um povo bom e que nos devemos sentir agradecidos, mas percebam uma coisa: os vossos filhos saíram, algures no tempo, de casa para ir estudar fora, regressavam no Natal, no Carnaval (a muito custo), na Páscoa e no verão, enquanto os restantes colegas de turma estavam a duas horas de autocarro de casa, e ao fim de semana podiam regressar ao calor do lar para recarregar baterias. Os vossos filhos encheram-se de coragem e deixaram para trás a sua terra, a família e os amigos em troca da promessa de um futuro melhor. Quantos de vocês não desligaram o telefone em lágrimas por não poderem estar presentes no seu aniversário? Ou mesmo os que cá se formaram, ou até os que optaram pelo ensino profissional, quantos de vocês, pais, fizeram inúmeros sacrifícios para lhes conseguir pagar material de estudo, propinas, etc.

Os vossos filhos merecem ser valorizados pela Região que os viu nascer, porque são eles o seu futuro e são eles que a vão fazer crescer. Têm mérito! Programas ocupacionais, estágios e mais prolongamentos de estágios, enquanto o telefone toca a “convidar” para o teatro do “corpo presente” em eventos, lançamentos, campanhas… não é reconhecer-lhes mérito. Como se tudo tivesse de ter uma moeda de troca. Como se ser um profissional de excelência não bastasse. Quantos de vocês até se identificam com o que acabam de ler, mas não o vão comentar, partilhar, ou sequer atrever-se a lê-lo em público? Estamos a tornar-nos numa sociedade amedrontada, amordaçada, derrotada…Pouco audaz. Não é isto que nos caracteriza.

 

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