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Associação empresarial vai ajudar portugueses emigrados a regressar

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A Associação Empresarial de Portugal (AEP) assinou dia um protocolo com a agência Lusa para promoção do projeto “Regresso de uma geração”, que visa o retorno de “muitos milhares” de jovens emigrantes qualificados para criarem negócios ou integrarem empresas.

Na nova plataforma, que funcionará como uma rede de network, os jovens podem inscrever-se, e as empresas que querem contratar nas áreas de engenharias, das tecnologias de informação e comunicação. A Fundação não apoia financeiramente, mas para cada projeto apresentado indicará os apoios existentes e como fazer.

Uma pesquisa da Universidade de Coimbra, com 1300 respostas, mostrou que um terço revelou não ter qualquer perspetiva de regresso, devido aos baixos salários, às poucas oportunidades de carreira, à falta de oferta de emprego na área de experiência e à instabilidade do país. Dois terços encaram essa possibilidade num horizonte de cinco anos, e as razões são as saudades, as oportunidades de carreira, as possibilidades de criar o próprio negócio e o rendimento. Segundo a AEP, 50% dos que querem regressar expressaram a vontade de criar a sua própria empresa.

Em declarações à Lusa, o presidente da Fundação AEP, Paulo Nunes de Almeida, explicou que a iniciativa se dirige a “jovens altamente qualificados”, com licenciaturas, mestrados e doutoramentos, considerando tratar-se de um “projeto estruturante para o país tendo em conta não só os problemas demográficos […] que se vão acentuar no futuro, mas também porque hoje há falta de jovens qualificados”.

Esta falta de jovens qualificados verifica-se “não só para o início de novos negócios, inovadores e em áreas de futuro”, mas também em “empresas portuguesas que hoje também já perceberam que é através da inovação e dos recursos humanos qualificados que podem competir no mercado global”, observou Paulo Nunes de Almeida.

No âmbito do projeto “Regresso de uma geração”, a AEP irá dar apoio à criação de novos negócios e facilitar o encontro entre empresas portuguesas a necessitar destes recursos humanos e de jovens que as queiram integrar; enquanto a Lusa fica com a missão de divulgar o projeto.

A fundação vai ter em funcionamento uma plataforma ‘online’ com ofertas para ambos os casos. Questionado pela Lusa sobre o número de jovens a abranger neste projeto, Paulo Nunes de Almeida falou em “muitos milhares que vão regressar”.

Um inquérito realizado pela Universidade Coimbra no âmbito do projeto Empreender 2020 da AEP, conhecido em maio passado, revela que 70% dos jovens portugueses qualificados e emigrados nos últimos anos querem regressar ao país, sendo a saudade dos familiares e dos amigos o principal motivo.

Questionados sobre o desejo de investir em Portugal, 53% responderam afirmativamente e 47% negativamente, sendo que a maioria que pretende ter um negócio apenas pensa nisso daqui a mais de cinco anos.

Por seu lado, 30% dos jovens qualificados emigrados dizem não pretender voltar. Mais de metade dos 1.140 inquiridos tem até 34 anos e 85% dos entrevistados possui pelo menos licenciatura.
Sobre o protocolo assinado com a Lusa, na sua sede em Lisboa, a presidente do conselho de administração da Lusa, Teresa Marques, frisou que, estando a agência “espalhada pelo mundo inteiro, pode claramente contribuir”, prestando também serviço público.

Além da Lusa, a AEP já assinou protocolos com as secretarias de Estado das Comunidades Portuguesas e da Internacionalização e com o Alto Comissariado para as Migrações e vai ainda celebrar acordos com os municípios da Figueira da Foz, Santa Maria da Feira, Arcos de Valdevez, Anadia, Vila do Conde, Fundão e de Alenquer.

O Reino Unido é o país que acolhe mais portugueses qualificados, seguido da Alemanha, França, Holanda e Suíça, tendo o pico da emigração sido em 2012.

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