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“As naus de verde pinho” de Manuel Alegre

Ficha técnica

Título – As Naus de verde pinho

Autor – Manuel Alegre

Editora – Publicações Dom Quixote

Páginas – 20

Opinião

O D. trouxe trabalhinho para férias – terá que ler até ao início das aulas as quatro obras de leitura obrigatória para a disciplina de Português. Após uns meses de merecido descanso, começámos ontem a maratona literária e arrancámos com a obra mais curtinha, feita de estrofes e ilustrações.

As naus de verde pinho, escritas por Manuel Alegre e ilustradas pelo seu filho, trazem-nos um dos episódios mais marcantes dos nossos Descobrimentos – a dobragem do Cabo das Tormentas.

Tal como n’ Os Lusíadas e na Mensagem, acompanhamos a viagem de Bartolomeu Dias e o seu “embate” com um Cabo simbolicamente representando por uma nuvem negra, monstro perneta e ameaçador. Voltamos a encher o peito de orgulho luso ao ouvir o grande Capitão afirmar sem temor algum que está ali em nome do povo português, que nada o fará demover da sua missão e que continuará a avançar por mares nunca até aí navegados para poder mostrar ao mundo a fibra da alma lusitana.

A obra, como se depreende pelo título, evoca igualmente o papel fundamental de D. Dinis, o rei das trovas e das cantigas de amigo, o rei que encheu a costa do centro do país de verdes pinhos que possibilitaram a construção das caravelas, das naus que levaram os bravos lusos “ao outro lado/ ao ali ao longe ao lá/ ao cabo nunca dobrado“.

Por fim, esta pequenina narrativa poética relembra-nos que o sonho comandou a vida destes descobridores e comanda a vida de todos nós:
Sempre que em teu pensamento

o verde pino florir

abre os teus sonhos ao vento

porque é tempo de partir.”

Recomendo-a para miúdos, pois é de leitura fácil, as rimas ficam no ouvido, as ilustrações muito boas e recordam assim conhecimentos que vão adquirindo nas aulas de História ou de Estudo do Meio. Recomendo-a também para graúdos porque as rimas de Manuel Alegre têm uma musicalidade notável, abordam momentos da nossa História que nos deixam com o orgulho em alta e porque não é possível ficarmos indiferente ao apelo final da obra, presente na estrofe que transcrevi no parágrafo anterior.

NOTA – 08/10 (a nota reflete a minha opinião)

Sinopse

Plano Nacional de Leitura

Livro recomendado para o 6º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.

Um belo poema sobre os Descobrimentos, no primeiro livro para a infância de Manuel Alegre, que mereceu o Prémio António Botto 1998. Ilustração de Afonso Alegre Duarte.

in O sabor dos meus livros

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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