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Apoiantes de Macron: França está aberta ao futuro e à Europa

A música era de discoteca, mas os militantes não dançavam, antes agitavam bandeiras de França e sorriam muito, de alívio e de orgulho, por Emmanuel Macron ter passado à segunda volta das presidenciais francesas.

No Parque de Exposições da Porta de Versalhes, no décimo quinto bairro de Paris, a multidão vibrou face à esperança renovada de ver o antigo ministro da Economia de François Hollande, que se apresentou como independente nestas eleições, vir a ser eleito o mais jovem presidente da República francesa.

“Sinto muito orgulho pelo trabalho feito, pela lição dada porque pensávamos que o mundo ocidental estava a definhar e a França provou que está lá para a história e que é aberta ao futuro e à Europa. Contrariámos as tendências do Brexit, de Trump, da Hungria”, disse à Lusa Eloi D’Yvoir, de 26 anos.

O estudante de gestão tem “a certeza” que o candidato do partido En Marche! vai vencer a segunda volta de 07 de maio e disse esperar que “ganhe com muita margem, de forma massiva”.

Sara Abdelali, de 24 anos, gritou muito e bateu muitas palmas aquando da chegada ao palco de Emmanuel Macron, porque se deslocou para “partilhar a alegria com o próximo Presidente da República”.

“Estou muito aliviada porque o meu presidente vai ser mesmo Presidente. Macron faz parte de um movimento progressista, dinâmico e jovem que me corresponde totalmente. Acho, de facto, que pode ganhar na segunda volta face a Marine Le Pen”, declarou à Lusa a estudante em marketing do luxo.

Marie Lemouel, doutoranda em economia, também disse estar “muito aliviada” e defendeu que o programa económico de Macron pode “dar um pontapé de saída para servir as apostas do século XXI, a transição energética, a economia digital, a evolução do mercado de trabalho”.

“O En Marche! é um movimento que tem só um ano, mas mostrou que em França havia uma necessidade de sangue novo, de novos rostos. As pessoas estão mesmo fartas do sistema político atual”, explicou a jovem de 28 anos.

Em coro, gritava-se “On a gagné” (Ganhámos), “Merci” e “Président” nas pausas do discurso tão aguardado do candidato e Muriel Bajas confessou que quase chorava quando foi anunciado o resultado.

“Acredito que ele pode ser Presidente. Não é garantido, mas espero que as pessoas pensem duas vezes. Tenho medo da taxa de abstenção que jogaria a favor de Marine Le Pen. É preciso que todos se mobilizem para que ela não passe, mas tenho confiança no povo francês porque as pessoas estão cansadas e precisam de gente íntegra no poder”, considerou a diretora de uma escola, de 51 anos.

Com um estampado a dizer “Macron président” na t-shirt e uma bandeira de França, Sophie Mcloughlin também alertou que “há 15 dias difíceis pela frente” até à segunda volta, mas garantiu que vai continuar a empenhar-se como tem feito no último ano no staff do movimento En Marche!

“Trabalhámos muito duro para isto. Esperávamos uma verdadeira revolução em França que fosse democrática. Conseguimos propor uma outra alternativa aos franceses que estão fartos. Há muitas zonas em França onde há um verdadeiro desespero e temos esta alternativa que é uma revolução pacífica”, afirmou a francesa de 39 anos.

A festa acabou após o discurso de Emmanuel Macron, acolhido por coros de palmas e gritos em uníssono de “président, président, président”, tendo a música regressado aos altos decibéis para acompanhar a saída dos militantes.

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