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Alunos de economia e gestão em Portugal pensam no estrangeiro

Muitos dos finalistas de Gestão e Economia em Portugal querem sair do país após terminar o curso superior ou o mestrado. Apesar de alguns admitirem querer ir, mas voltar após alguns anos de experiência ou estudos no estrangeiro, a maior parte dos alunos com melhores médias ou que se tenham destacado no seu ano não esperam muito do mercado de trabalho nacional, afirma o jornal Dinheiro Vivo.

“Para nós estudantes é como se caminhássemos rumo à incerteza. Fomos sendo informados das adversidades, dos cursos que não têm saída e dos empregos que vão acabar”, diz, realista, Laura Quelhas, finalista de Gestão da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. A jovem de 21 anos da Guarda não concorda com quem escolhe o curso apenas pelas “saídas profissionais”, ignorando o que gosta de fazer. “Sempre defendi que só tínhamos de ser bons no que escolhíamos fazer e gostar verdadeiramente disso.”

O mestrado e o estágio são obrigações e não opções. Pelo menos é assim para alguns. É o caso de Daniel dos Santos, finalista de Economia na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEUP), que se prepara para entrar no mestrado em Economia na mesma universidade e conciliar com um estágio no segundo ano.

Também ele está aberto a sair do país. “Um dos meus objetivos é trabalhar no Banco Central Europeu.” Já foi contactado por empresas de auditoria, consultoria e fundações, não tivesse terminado com média de 18 valores.

Também com 18 valores terminaram Leonor Santos, finalista de Gestão, e Daniel Marques, de Economia, ambos da Universidade do Porto. Leonor, de Cantanhede, vai fazer o mestrado em Finanças e é dos poucos estudantes contactados que não temem a emigração, mas espera encontrar trabalho na sua área em Portugal. Acredita que se for proativa e empenhada consegue atingir os seus objetivos. “Existem empresas de grande qualidade estabelecidas em Portugal, com as quais gostaria de trabalhar e sentir-me-ia realizada.”

Já Daniel, de Santo Tirso, vai fazer o mestrado em Economia e depois não coloca de lado a possibilidade de vir a trabalhar no estrangeiro. “Já pensei em alguns países, como os Estados Unidos e o Reino Unido, devido à importância dos seus centros financeiros, bem como na Alemanha, pela aposta forte que faz na indústria.

Uma das opiniões partilhadas é que a oferta daqueles empregos que são mais procurados pelos melhores alunos de Gestão, como consultoria e banca de investimento, é escassa em Portugal. “Banca de investimento é praticamente inexistente”, defende Luís Santos, formado em Gestão pela Nova SBE. Aos 22 anos já tem emprego certo em Lisboa: foi contratado pela The Boston Consulting Group, consultora onde, após o curso, tinha feito um estágio de verão.

Joana da Silva concorda. A finalista em Gestão na Católica Lisbon School of Business & Economics destaca: “Certas áreas como a banca de investimento estão muito pouco desenvolvidas em Portugal.” No seu caso, está interessada em consultoria, área em que diz haver “boas oportunidades” cá dentro.

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