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Venezuela: vigílias pela paz e liberdade em Lisboa e no Funchal

Cerca de trinta pessoas concentraram-se sábado numa vigília junto ao consulado da Venezuela, em Lisboa, onde rezaram por uma mudança, um “25 de abril” no país, como afirmou à agência Lusa o venezuelano Christian Hohn.

Membro da associação Venexos, organizadora da vigília, Christian Hohn explicou que hoje ao início da noite aconteceram ainda iniciativas semelhantes no Porto, no Funchal e em outras oitenta cidades espalhadas pelo mundo.

“Continuaremos a sair à rua. Pedimos eleições, que o regime tenha a decência de sair, por todos os que estão a morrer”, afirmou.

Com ramos de flores e velas acesas, as pessoas estiveram a rezar em nome da paz na Venezuela, algumas agasalhadas com bandeiras da Venezuela e com terços nas mãos.

“Estamos a fazer um apelo aos militares na Venezuela, para que devolvam a liberdade que precisamos. Pedimos o nosso 25 de abril, pedimos que os militares lutem pelo povo e não pelo regime, é o que nos parece correto”, sublinhou Christian Hohn.

Na vigília estava Rosa Bento, portuguesa que viveu 17 anos emigrada na Venezuela e que regressou a Portugal há 26 anos.

“Quero a minha Venezuela de volta, porque não havia fome, não havia os problemas que há, embora houvesse muita delinquência. Agora a Venezuela está perdida neste momento”, disse à agência Lusa.

A Venexos, organizadora da vigília, é uma associação de ajuda humanitária à Venezuela, da qual fazem parte luso-venezuelanos e venezuelanos que vivem em Portugal.

“Os relatos que temos são tristes, gente a ser brutalmente agredida”, disse Christian Hohn, pouco esperançado que haja mudanças políticas no país nos próximos meses.

A Venexos está já a preparar uma concentração no dia 28 de maio em Aveiro. Na próxima semana, no dia 03, participa num debate sobre a Venezuela na Universidade Nova de Lisboa.

Cerca de 30 pessoas, sobretudo ex-emigrantes na Venezuela e luso-descendentes, participaram também, no Funchal, numa vigília contra a crise social e política que atravessa aquele país da América Latina, onde reside uma das maiores comunidades portuguesas.

“Reunimo-nos aqui, em frente ao Consulado da Venezuela na Madeira, para mostrar que o país precisa de paz, precisa de voltar ao normal e ser livre, como sempre foi”, disse Nataly Pestana, representante da Venexos – Associação de Ajuda Humanitária ao Venezuelano, que promoveu a iniciativa.

Os participantes inscreveram no chão a palavra “paz” com velas, estenderam uma bandeira da Venezuela igualmente rodeada de velas e algumas flores, bem como as bandeiras de Portugal e da Região Autónoma da Madeira, de onde é originária a maior parte dos emigrantes no país (cerca de 300 mil).

“A iniciativa resulta das mortes que têm acontecido nas últimas semanas na Venezuela”, disse Nataly Pestana, sublinhando que os manifestantes, que são sobretudo jovens, estão todos os dias na rua com o propósito de “libertar a Venezuela daquela ditadura”, disse referiendo-se ao regime do Presidente Nicolás Maduro.

Segundo os dados mais recentes, pelo menos 28 pessoas morreram, 437 ficaram feridas e 1.289 foram detidas, das quais 65 permaneciam presas na quinta-feira, durante as manifestações a favor e contra o Governo venezuelano que se intensificaram desde 04 de abril.

A vigília organizada pela Venexos ocorreu em simultâneo no Funchal, em Lisboa e no Porto.

“As pessoas que aqui estão sentem no coração as dificuldades por que está a passar o povo venezuelano”, afirmou Nataly Pestana, vincando que “não há outra saída” para o governo de Nicolás Maduro senão “renunciar”.

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