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Quem soprou as velas dos teus 36 anos, Praia?

© Pixabay

Terça-feira passada, dia 20 de junho, a Praia da Vitória comemorou o seu 36.º aniversário de elevação a cidade. Deveria ser de facto um momento de festa e de orgulho para todos nós, mas tal efeméride passou ao lado da maioria dos praienses. Não obstante, os melhores sorrisos, a melhor vestimenta e os melhores discursos (do domínio do virtual e do fantástico/imaginário) deslocaram-se ao auditório do Ramo Grande (como que escondidos do Povo) para sacudir o mofo, pois são escassas as razões para festejarmos ao longo do ano.

Não consegui perceber, pelas fotografias, quem soprou as velas e comeu a primeira fatia do bolo. Arriscaria dizer que foram os atuais responsáveis socialistas da Câmara Municipal, pois todo o evento estava orientado para exultar 12 anos de bem feituras, enquanto que as que ficaram por executar, o que correu menos bem, foram atiradas para responsabilidade de outros.

Se todos viram, ouviram e leram o mesmo que eu, percebemos que a atual vereação desde muito cedo tinha um sonho, “um sonho que se transformou em visão”. Pois, que não passou de uma visão, e uma visão não é realidade, os praienses bem o sabem. Não precisamos de visões. Precisamos de quem nos resolva os problemas e nos proporcione melhores condições de vida.

“Somos um município com ADN inovador”, sim, somos. Mas por mérito dos praienses e não da autarquia. Só a título de exemplo, ainda não vi por parte da nossa Câmara qualquer inovação ao ponto de resolver o grave problema do comércio local – Sabe-se que vários comerciantes praienses andam a analisar as melhores rendas em Angra e a estudar a hipótese de se mudarem, enquanto que a atual vereação repete até à exaustão frases feitas sobre o empreendedorismo e incubadoras de empresas.

Imagens da rua de Jesus com o movimento da semana das festas são, mesmo, um sonho, porque uma semana não é o espelho da realidade do ano inteiro e no resto do ano, é aflitivo ver o abandono a que os comerciantes estão sujeitos. Concluo, portanto, que também não foram os nossos comerciantes a soprar as velas, pois em dia de festa, temos de fingir que está tudo bem. Terá sido Carlos César? O orador convidado, recebido com “pompa e circunstância”, embevecido de elogios, intitulado até como um dos melhores políticos nacionais, mas que ainda não mexeu uma palha para defender a nossa ilha. Nem uma medida do PREIT para compensar a saída dos americanos da Base das Lajes, da responsabilidade exclusiva do Governo da República do Partido Socialista, do qual César é presidente, foi implementada. Estamos fartos de papéis e boas intenções. Queremos medidas concretas e entretanto, a Praia vai definhando, vai perdendo a sua Vitória. Com 36 anos, ainda vais em cantigas, Praia?

O município homenageou, e muito bem, empresários, artistas, instituições e autarcas com medalhas de mérito e são eles, como em anos anteriores foram outros, que merecem ser reconhecidos, pois são alma deste concelho. Uma coisa é certa, se tivéssemos de atribuir este ano medalhas a todos os que realmente as merecem, ainda hoje estaria a decorrer a sessão de entrega das mesmas e não haveriam naturalmente medalhas que chegassem. Todos os praienses deviam ser premiados, pela sua resiliência a estes 12 anos de controlo socialista, que adormeceu o concelho e as suas gentes, que o foi trocando por uma mão cheia de nada.

Quanto à festa, se é de todos, então defendo que se tragam estes eventos para a rua, para junto do Povo. Um dia de festa é mote perfeito para se dinamizar o nosso comercio local, e se é para festejar o aniversário da nossa cidade e aplaudir os nossos concidadãos que, no âmbito da sua atividade, ajudam a Praia a recuperar a sua Vitória, então que todos possam estar presentes.

Termino, desejando à minha cidade que os seus anseios e preocupações se dissipem num futuro próspero e que tenhamos condições para festejar todos os dias.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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