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Miséria

Pela primeira vez na minha vida de eleitora não votei nas últimas presidenciais. Não é isto uma declaração ou manifestação de virtuosismo ou de superior moral (em voga nos últimos dias), bem pelo contrário, é grave. É um sinal do descrédito que o incumbente candidato menos de esquerda me merecia já na altura.

O ponto de ruptura foram aquelas declarações do comentador Marcelo sobre o interesse estratégico para o país da empresa PT, quando foi chamado a pronunciar-se sobre este milionésimo assunto de entre os milhões sobre que se pronunciou. O que disse foi imperdoável tendo em conta que o seu filho era quadro da empresa na altura e, como tal, a sua opinião, enquanto voz pública, não podia ser desinteressada. Lembro-me da ocasião. Fiquei enervada e o candidato que ainda não era tornou-se impossível para mim, deixei até de o ouvir e gozar com quem, em casa e àquela hora, parava ainda para lhe prestar atenção.

A partir daí fui ficando sempre vingada da minha falha na vida cívica por esta abstenção. Todas as ocasiões em que me entra em casa, por imagens ou notícias, tento distanciar-me e analisar as motivações daquele senhor. Acabo sempre em coisas básicas – reforma dourada para um homem mediático, fim de carreira de sonho para quem foi educado para “aquilo” desde pequenino, velhice mesmo mal disfarçada, nenhum mas absolutamente nenhum sentido de Estado, falta de vergonha, infantilidade lélé da cuca… seriedade e autoridade zero. Já vai longa. Miséria.

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