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Intervenção no 22º Congresso do PS

Caro presidente,
Caro Secretário-Geral,
Caros camaradas,
Caros camaradas das secções do PS no estrangeiro, que saúdo particularmente por manterem viva a chama do PS para além das nossas fronteiras.

Eu chamaria a este governo um governo virtuoso. Virtuoso porque aprofundou a democracia, trazendo para o arco da responsabilidade política o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, que contribuíram de forma prática para a estabilidade institucional e para o progresso económico e social. Virtuoso, porque demonstrou que os socialistas são bons gestores da economia, colocando-a ao serviço das pessoas. Virtuoso porque cumpriu as promessas de campanha, ao contrário do anterior governo do PSD que mentiu em toda linha. Virtuoso porque tornou estável e previsível a vida das famílias e das empresas e soube afirmar o humanismo, a tolerância e o respeito pela diferença.

Virtuoso ainda porque soube afirmar Portugal no mundo e compreender como nenhum outro a importância das comunidades portuguesas. Saúdo aqui esta sensibilidade muito particular numa linha de governação que vai do Primeiro-Ministro, ao Ministro dos Negócios Estrangeiros e ao Secretário de Estado das Comunidades, que deram projeção ao extraordinário potencial dos portugueses residentes no estrangeiro e, mais do que isso, souberam compreender a sua necessidade de reconhecimento e valorização, para se envolverem mais no destino de Portugal. As nossas comunidades são um trunfo de primeira importância para o desenvolvimento do país, para combater o despovoamento e a progressiva perda de atratividade de uma boa parte das regiões do interior.

Na linha do que defende a moção do Secretário-Geral, considero que os desafios mais sérios que o país tem de enfrentar no futuro imediato, a par da necessária atualização científica e tecnológica permanente, são o declínio demográfico e a perda de atratividade dos territórios do interior, que vão morrendo aos poucos, enquanto no litoral o sobrepovoamento de algumas zonas prejudica a qualidade dos serviços e a vida de cada um.

É preciso uma estratégia radical em investimentos e em ideias para atrair pessoas, empresas e profissionais para o interior, com políticas e programas que facilitem a recuperação demográfica. Um contributo importante pode ser dado com um apoio decidido ao regresso dos portugueses residentes no estrangeiro, como proponho na moção de que sou o primeiro subscritor, e com a vinda de estrangeiros que possam encontrar em Portugal as mesmas oportunidades que milhões de portugueses tiveram quando emigraram.

Para isso, é preciso continuar a haver uma governação virtuosa, que continue a dar estabilidade ao país. Ao exercício sobranceiro do poder, prefiro a partilha democrática das responsabilidades na governação, porque reduz as tensões na sociedade e aumenta o progresso económico e social.
António Costa conseguiu mostrar à Europa e ao mundo que é possível governar à esquerda, uma coisa rara nos dias que correm.

Não sei se esta experiência inspiradora se pode repetir. Certamente que dependerá dos resultados eleitorais. Mas fica provado que um entendimento à esquerda também é fundamental para a esquerda na Europa porque quanto mais esquerda houver, mais se contraria o aumento das desigualdades, que, decididamente, são a maior ameaça à estabilidade social e política das nossas sociedades.
Uma governação que faz história só pode ser uma experiência para continuar. Haja condições para ela se repetir e creio que nem devemos hesitar.

Viva o PS!

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