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Imprensa venezuelana relata preocupação portuguesa com lusodescendentes detidos

As preocupações de Portugal pela detenção de 34 gerentes de duas redes de supermercados de empresários portugueses na Venezuela é hoje tema comum na imprensa venezuelana, com vários jornais a destacarem o assunto nas suas edições impressas.

“Portugal preocupado pelas detenções”, titula o diário El Nacional na primeira página, dando conta de que “o ministério luso dos Negócios Estrangeiros chamou o embaixador em Lisboa, Lucas Rincón Romero, para transmitir-lhe a grande preocupação do Governo pela detenção de dezenas de gerentes de duas cadeias de supermercados, entre eles vários portugueses e descendentes de cidadãos lusos”.

O diário 2001 diz que “Portus (abreviatura local de portugueses) em alerta por medidas contra supermercados”.

Segundo o 2001 “o Governo luso e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, expressaram ontem (sábado) preocupação pela detenção de mais de três dezenas de gerentes de duas redes de supermercados dos seus ‘paisanos’ (compatriotas) na Venezuela”.

“O ministro de Relações Exteriores (venezuelano) respondeu e disse que apenas se aplica a justiça e o estado de Direito”, diz ainda o mesmo jornal na primeira página.

O diário La Calle diz que “Portugal está alerta por detenções” e o Avance 24 que “distribuidores deixaram de abastecer os supermercados”.

O canal privado de notícias Globovisión noticiou que as “ações de empresários não vão manchar o contributo da comunidade lusa”.

“Após o comunicado em que o Governo de Portugal expressou preocupação pelas recentes detenções de empresários venezuelanos com ascendência lusa, o ministro (venezuelano) de Relações Exteriores, Jorge Arreaza se pronunciou em nome do Governo nacional e afirmou que apenas se trata de uma ação individual de um pequeno grupo de empresários e que na Venezuela impera o Estado de Direito e de Justiça, sem importar a origem ou procedência dos envolvidos”, adianta o canal.

Nas redes sociais têm sido questionadas as declarações do ministro venezuelano sobre o vigor do Estado de Direito e de Justiça no país.

Um tribunal da Venezuela decidiu manter em prisão preventiva pelo menos dez portugueses e luso-descendentes, todos eles gerentes de supermercados, acusados de boicote económico, de impedir o abastecimento de produtos básicos e de violarem as leis que regulam os preços.

Estes portugueses, segundo fonte judicial, fazem parte de um grupo de 34 gerentes das redes de supermercados Central Madeirense e Excelsior Gama (que pertencem a portugueses) que foram detidos nos últimos dias.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na quinta-feira que 34 gerentes de “grandes supermercados” tinham sido detidos por “violar a lei”.

“Tivemos um grupo de supermercados que esconderam os produtos às pessoas e começaram a cobrar o preço que lhes dava na gana”, disse, durante um Conselho de Ministros que foi transmitido pela televisão estatal venezuelana.

Na sexta-feira, em Lisboa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou o embaixador venezuelano para lhe transmitir a “grande preocupação” do Governo pela detenção dos 34 gerentes de duas cadeias de supermercados portugueses. O Presidente da República também já se mostrou preocupado.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, disse à Lusa que estão a ser feitas “todas as diligências” para apoiar a defesa dos portugueses detidos na Venezuela.

José Luís Carneiro disse ter a informação de que entre os detidos estão sete que nasceram em Portugal e três que são lusodescendentes.

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