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Ilha de Bali

De manhã cedo seguimos viagem sem qualquer rumo. Estando acima dos mil metros de altitude, eis que alguns de nós rogavam as primeiras pragas à scooter, devido ao frio que se fazia sentir. Contudo, todo o percurso era magnífico e para completar tal venustidade, tivemos uma agradável surpresa pelo caminho. Alguns macacos brincavam e pulavam ao longo da estrada.

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Parámos imediatamente, para poder observar estes babuínos de mais perto e tirar algumas fotografias. Alguns saltavam de árvore em árvore e outros aproximavam-se de nós com alguma cautela e precaução. Quando estávamos prestes a tirar uma fotografia, eis que alguns usavam a sua tremenda agilidade e fintavam-nos como o Ronaldo ou o Messi, fugindo rapidamente sem deixar qualquer rasto. O truque para aliciar estes acrobatas jocosos e galhofeiros era muito simples. Algumas bananas faziam com que estes babuínos mudassem completamente de atitude. Do nada, não tínhamos apenas um, mas vários macacos à nossa volta. Seguindo viagem, eis mais uma prova de alguns benefícios quando andamos por nossa conta. Num cruzamento, vimos uma placa com o nome “Cascatas de Git Git”. Tendo devorado todo o guia sobre esta ilha, este nome não constava no livro. Seguimos a indicação e fomos até à entrada do trilho que nos levaria até às tais cascatas. Pela primeira vez sentimos nesta ilha alguma ociosidade por parte dos nativos. Ao contrário de Kuta, onde o turismo funciona em massa e de um exagero tremendo, aqui não há qualquer turista e talvez daí, sermos galardoados com alguns sorrisos por parte destes autóctones. Após algumas subidas e descidas bastante íngremes, estávamos em plena selva. A constante presença de cascatas embelezava todo este percurso. Muitos nativos banhavam-se nos riachos usando algumas cascatas como um gigantesco chuveiro. Apesar de alguma fadiga, todo o esforço valeu a pena. Seguimos uma senda, acompanhando o percurso inverso do rio. Por vezes tínhamos de atravessar algumas pontes em madeira, num estado miserável. Da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, ziguezagueávamos o trilho até termos diante de nós uma visão sublime.14716058_10207763969352802_8286606980349885671_n

No alto das montanhas tínhamos uma imagem de todas as cascatas a caírem em vários patamares, formando assim vários socalcos. Éramos gratificados com este panorama utópico, magnífico e encantador. Um final difícil e doloroso, mas feliz. De volta à estrada e com a fome a bater à porta, decidimos parar numa pequena barraca ao longo do caminho. Almoçámos por uns míseros sessenta cêntimos e agradecemos aos deuses por esta refeição ser das poucas que não tinha qualquer tipo de picante. Não é que tenha algo contra o picante. Pessoalmente, confesso que sempre tive um certo carinho por esta especiaria, mas na Indonésia os autóctones abusavam na sua utilização. Sem querer ofender este povo bem gentil e simpático, eles não metiam picante na comida, mas faziam completamente o inverso. Metiam alguma comida no picante. Como sempre, a cada refeição, parecíamos os quatro mosqueteiros a lutarem contra a gastronomia indonésia. Não havendo qualquer tipo de bombas de gasolina nesta ilha, o abastecimento do depósito funcionava da seguinte maneira. Ao longo da estrada havia algumas barracas, onde a gasolina estava numa garrafa ou recipiente. A maior parte das vezes eram garrafas de Vodka usadas, que os nativos aproveitavam para colocar a gasolina. Cada vez que tínhamos de meter gasolina, e com tantas garrafas de Vodka à vista, em prateleiras de madeira, mais parecia estarmos numa tasca russa.

 

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