De que está à procura ?

Colunistas

Francamente: Nem bons ventos nem…

Não tenho boas memórias do generalíssimo Franco de Espanha. Nem boas em termos de presença nem de boas práticas de cariz ditatorial que me levara muitas vezes a dizer que nuestros hermanos tiveram uma ditadura caustica como a nossa, mas que dela recuperaram melhor e mais eficazmente que nós.

Neste contexto deparo-me com um dilema pessoal. Não existencial, mas de forte pendor mental no campo da dificuldade em entender por completo aquilo que o Governo espanhol pretende fazer com a exumação do que resta em termos físicos de Francisco Franco, o tal generalíssimo. E cabe-me sublinhar que esta dificuldade não degenera da déspota do ditador.

Alega-se que Franco inumado no Vale dos Caídos, que o próprio ditador mandou erigir para tentar reconciliar a sua malvadez ante as trinta e sete mil vítimas da Guerra Civil de Espanha, não tem dignidade para ali ao lado das vítimas “indescansar”. Sim. Tem ilegitimidade o ditador não de descansar em lado algures, com tanto peso na “memória”. Não descansa, prontus!

Mas daí a remover os restos mortais do sanguinário e assassino, genocida mesmo, depois de mais de três décadas, parece-me por demais questionável. E aqui reside a minha incapacidade mental em entender em rigor esta atitude.

Não vale tudo. Em Portugal temos, muitas vezes, forças políticas ou ideológicas, incapazes de votar favoravelmente pesares ou louvores sobre figuras notórias nas mais diversas áreas ou posições.
Há uma figura que é sensata: a abstenção. Ainda que nem seja uma figura para utilizar radicalmente.

Vejamos em Espanha! Não temos bons ventos nem casamentos a dar a Espanha, mas que neste particular não colham nem se inspirem nos “destinos” portugueses.

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico)

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA