Camp Nou colocou-se de pé para ovacionar André Gomes
Dois dias após a dura confissão do médio português, numa entrevista à revista Panenka, os adeptos blaugrana aplaudiram o jogador de pé num ato de reconciliação e de respeito pelo difícil momento que o jogador atravessa.
Aos 61 minutos de jogo entre o FC Barcelona e Chelsea, no encontro desta quarta-feira a contar para a Liga dos Campeões, Sergio Busquets deu lugar ao internacional português André Gomes. O que noutro jogo seria uma mera troca de de jogadores dentro das quatro linhas foi naquela altura um momento de redenção entre um atleta e os adeptos blaugrana.
La gran rebuda del Camp Nou a André Gomes. @LaTdP #valors [Fil amb gran final] pic.twitter.com/WGsNrUiRnx
— Jaume Solà (@jaumesg82) 14 mars 2018
#Més_Que_Un_Club ?♥@aftgomes ??? pic.twitter.com/q38Gyro2TV
— Arad (@Arad_izadi) 15 mars 2018
Depois de esta semana André Gomes ter admitido que não se sente bem em campo e que já não consegue desfrutar daquilo que faz, revelando mesmo estar a viver um “inferno”, os adeptos catalães aplaudiram de pé o antigo médio do Benfica.
O jogador não ficou indiferente e através das suas redes sociais agradeceu o apoio dos adeptos: “Muito bem, equipa! Rumo aos ‘quartos’ em mais uma noite mágica em Camp nou. Muito obrigado, adeptos. Estou sem palavras”, escreveu o português no Twitter.
?? ¡Enorme, equipo! A cuartos en otra noche mágica en el Camp Nou ✨. Muchas gracias, afición. Sin palabras ?#ForçaBarça #FCBarcelona #UCL pic.twitter.com/ZKWrZALeRA
— André Gomes (@aftgomes) 14 mars 2018
André Gomes, na segunda-feira, confessou que não se sente bem em campo e que não tem prazer naquilo que pode fazer, em entrevista à revista Panenka.
“Não me sinto bem em campo, não estou a desfrutar daquilo que posso fazer”, considerou o médio, de 24 anos, antigo jogador do Benfica, e que em 2016 trocou o Valência pelo FC Barcelona, clube em que tem tido uma presença irregular.
O jogador justificou o estado de ânimo com alguma pressão, que o impede de mostrar o seu futebol.
“Os primeiros seis meses foram muito bons, mas a coisas mudaram. Talvez a palavra não seja a mais correta, mas tornou-se um pouco um inferno, porque comecei a ter mais pressão”, justificou o futebolista.
O português não tem sido imune aos assobios que às vezes ouve em Camp Nou, admitindo existir uma ferida que não sabe como cicatrizar.
“Pensar muito faz-me mal. Penso em coisas más e, depois, no que tenho que fazer, e estou sempre a reboque. Ainda que os meus companheiros me apoiem bastante, as coisas não me saem como eles querem que saiam”, disse.
Nos treinos o jogador revela que se sente “tranquilo” e “confortável” com a equipa, fora dos ‘holofotes’ e sem a presença do público, mas que um jogo mau o deixa a pensar, e aí até nos treinos se reflete.
O médio admitiu ainda que não vive bem com esse sentimento e que se fecha nele próprio.
“Não me permito lidar com a frustração que tenho. Então, o que faço é não falar com ninguém, não incomodar ninguém. É como se me sentisse envergonhado”, esclareceu.
O futebolista referiu mesmo que em mais de uma ocasião teve “medo de sair à rua”, porque as pessoas o poderiam encarar.