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A mulher que é alérgica ao wifi

Foi uma estreia na justiça francesa: um tribunal de Toulouse reconheceu a uma mulher de 39 anos uma incapacidade laboral motivada pela hipersensibilidade às ondas eletromagnéticas. A queixosa, Marine Richard, sofre de uma “deficiência funcional” na ordem dos 85%, “com restrição substancial e durável do acesso ao emprego”, considerou o tribunal. Por esta razão, conceceu a Richard uma pensão de invalidez de cerca de 800 euros por mês por um período de três anos, eventualmente renovável, conta o Diário de Notícias.

Ex-jornalista de rádio, Marine Richard vive atualmente em reclusão num espaço isolado, devido ao problema que diz afetá-la desde 2010. A doença, que não é reconhecida oficialmente em França, tem sido alvo de controvérsia entre os especialistas. Os sintomas que apresenta, entre náuseas, formigueiros, fadiga, dores de cabeça e insónias, são comuns a outras patologias, ainda que aqueles que se dizem hipersensíveis às ondas eletromagnéticas afirmem que é das antenas, computadores portáteis, telefones sem fio ou wi-fi que vem o seu mal-estar. E se alguns dizem sentir apenas desconforto, outros alegam que a alergia não lhes permite levar uma vida dita normal, uma vez que o quotidiano os obriga a estar cercados de tecnologia. Porém, nenhum estudo científico estabeleceu até ao momento uma ligação definitiva entre a exposição eletromagnética e estes sintomas.

Marine Richard, a quem o tribunal concedeu agora o subsídio, mudou-se para um celeiro renovado nas montanhas, sem eletricidade, onde vive em reclusão e sem água da rede pública: tira-a de um poço nas imediações. A sua advogada, Aline Terrasse, defende que a decisão do tribunal de Toulouse poderá estabelecer um precedente legal para “milhares de pessoas” que sofrem do mesmo problema. Richard, por sua vez, não hesitou em classificar a decisão como “um avanço”.

 

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